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Para resolver enchentes, SP pode sujar represa Billings

A alternativa desperta polêmica: especialistas dizem que ela pode aumentar o volume de sujeira no manancial que abastece quase 30% de São Paulo

O bombeamento de águas do Pinheiros para a Billings foi proibido em 5 de outubro de 1992 (Wikimedia Commons)

O bombeamento de águas do Pinheiros para a Billings foi proibido em 5 de outubro de 1992 (Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 2 de março de 2011 às 15h06.

São Paulo - O governo de São Paulo quer aumentar de 12 para 15 o número de equipamentos que bombeiam água dos Rios Tietê e Pinheiros para a Represa Billings. Hoje os existentes nas Usinas Elevatórias de Traição e Pedreira jogam 675 metros cúbicos por segundo. O plano é aumentar em 200 metros cúbicos por segundo. Mas essa alternativa da administração estadual para minimizar enchentes na capital já desperta polêmica: além de ineficaz, especialistas dizem que ela pode aumentar o volume de sujeira no manancial que abastece quase 30% da região metropolitana de São Paulo.

O bombeamento de águas do Pinheiros para a Billings foi proibido em 5 de outubro de 1992. O despejo pode ocorrer apenas em situações de emergência: para evitar enchentes na capital ou falta de água nas indústrias da Baixada Santista. Fora disso, a prioridade é não poluir as águas, utilizadas para abastecimento.

“É proibido pela Constituição paulista bombear o Pinheiros para a Billings. Agora, na enchente, eu não vejo problema”, disse ontem o governador Geraldo Alckmin (PSDB). “No caso do Pinheiros estamos estudando aumentar ainda mais o bombeamento. À medida que você bombear com mais eficiência para a Billings, fizer a reversão do Pinheiros, você ajuda o Tietê a passar mais depressa.”

A Empresa Metropolitana de Águas e Energia (Emae), responsável pelo bombeamento, informou que a instalação de três novas bombas aumentará a disponibilidade e a confiabilidade do sistema, que deve estar apto a atuar em momentos de chuva intensa, com risco de enchentes. Mas não aumentará o volume de água bombeada, “que continuará sendo análogo aos volumes provocados pelas cheias atuais”. A justificativa para ampliar a quantidade de equipamentos é bombear em um tempo menor, drenando rapidamente regiões de várzea dos Rios Pinheiros e Tietê, para evitar transbordamento.

A previsão para compra das três bombas, fabricação, obras civis e instalação é dezembro de 2013. O custo será de R$ 190 milhões, segundo a Emae. Alckmin aposta que os investimentos em coleta a tratamento de esgoto na terceira etapa do Projeto Tietê também vão melhorar a qualidade da água dos rios, minimizando impactos ambientais do bombeamento na Billings. “Vai melhorar muito o Pinheiros, que pode ficar até no mesmo nível ou melhor que a Billings.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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