Wuhan na China: volta à rotina depois de 76 dias de quarentena (Reuters/Reuters)
Karin Salomão
Publicado em 3 de maio de 2020 às 14h24.
Última atualização em 3 de maio de 2020 às 14h30.
O secretário de Estado dos Estados Unidos, Michael Pompeo, acredita que há "evidências enormes" que indicam que a transmissão do novo coronavírus começou em um laboratório em Wuhan, na China. Ele também afirmou que o governo chinês atrasou a divulgação das informações sobre o vírus, o que pode ter contribuído para uma disseminação maior.
"Podemos confirmar que o partido comunista chinês fez tudo o que pôde para se certificar que o mundo não soubesse a tempo o que estava acontecendo", disse Pompeo em entrevista à estação ABC News. Ele cita o distanciamento de jornalistas e o silenciamento de profissionais da saúde.
De acordo com o secretário, há evidências de que o vírus tenha saído de um laboratório em Wuhan, na China, o marco zero do contágio. Pompeo, ex-diretor da Agência Central de Inteligência (CIA), ainda lembrou que alguns especialistas e cientistas acreditam que o vírus foi desenvolvido por obra humana.
"Lembre-se, a China tem um histórico de infectar o mundo e possui um histórico de administrar laboratórios abaixo do padrão. Não é a primeira vez que um mundo é exposto a vírus como resultado de falhas em um laboratório chinês. E assim, embora a comunidade de inteligência continue a fazer seu trabalho, eles devem continuar fazendo isso e verificar se temos certeza. Posso dizer-lhe que há uma quantidade significativa de evidências de que isso veio daquele laboratório em Wuhan", afirmou na entrevista.
Segundo ele, nem os Estados Unidos e nem a Organização Mundial da Saúde tiveram acesso ao laboratório de onde o vírus teria saído. "Eu acho que o mundo todo está unido no entendimento de que a China trouxe o vírus para o mundo", disse Pompeo.
A liderança dos Estados Unidos tem culpado a China pela disseminação do novo coronavírus e tem intensificado as críticas ao país asiático.
O presidente Donald Trump tem criticado, em diferentes ocasiões, o papel do gigante asiático na pandemia, que infectou quase 3,5 milhões de pessoas e matou mais de 240.000 em todo mundo.
Segundo Trump, Pequim reteve informações importantes sobre o surto, exigindo que o governo chinês seja considerado "responsável". A imprensa americana diz que Trump encomendou espiões para investigar as origens do vírus.
Há quase uma semana, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que a China poderia ter contido o coronavírus antes que ele se espalhasse pelo mundo e disse que seu governo está conduzindo “investigações sérias” sobre o que aconteceu.
“Estamos fazendo investigações muito sérias… Não estamos felizes com a China“, disse Trump em uma entrevista coletiva na Casa Branca. “Há muitas coisas pelas quais eles podem ser responsabilizados.”