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Para Obama, maior erro foi não aprovar reforma migratória

Obama afirmou que quando chegou ao poder gastou muito tempo tentando regular uma economia ''à beira do colapso''


	Obama: ''Confesso que não esperava e assumo minha responsabilidade por ter sido ingênuo neste assunto''
 (Getty Images)

Obama: ''Confesso que não esperava e assumo minha responsabilidade por ter sido ingênuo neste assunto'' (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 20 de setembro de 2012 às 20h17.

Miami - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse nesta quinta-feira que seu maior erro foi não ter feito a reforma do sistema migratório, lamentou ter sido ''ingênuo'' ao acreditar que contaria com a colaboração republicana e, por isso, pediu aos eleitores que expressem nas urnas o seu interesse por essa medida.

''Estou absolutamente seguro que se a comunidade latina e a americana que se importa com este assunto sair para votar, eles podem enviar uma mensagem de que isto não é um jogo político e que a vida de pessoas está em jogo'', defendeu Obama a respeito de sua promessa pendente de reformar o sistema migratório.

Em sua opinião, se os republicanos receberem essa mensagem depois das eleições do dia 6 de novembro, devem permitir que ela seja feita, ''não porque considerem que é o melhor a ser feito'', mas ''porque interessa politicamente''.

Durante uma entrevista na Universidade de Miami organizada pela emissora ''Univision'' e retransmitida ao vivo no Facebook, o jornalista Jorge Ramos, um dos rostos hispânicos mais conhecidos do jornalismo americano, lhe disse diretamente: ''O senhor prometeu e uma promessa é uma promessa, e, com todo o respeito, o senhor não a cumpriu''.

Em resposta, Obama afirmou que quando chegou ao poder gastou muito tempo tentando regular uma economia ''à beira do colapso'', mas que mesmo assim, pediu ao Legislativo que impulsionasse essa reforma.

''Muitos acreditam que o presidente é o todo-poderoso, mas eu só lidero o Executivo'', declarou o presidente, após lamentar que os republicanos, inclusive os que tinham se mostrado a favor da iniciativa, impedissem que o poder legislativo avançasse nessa matéria.

''Confesso que não esperava e assumo minha responsabilidade por ter sido ingênuo neste assunto. Os republicanos que anteriormente aprovavam uma reforma migratória integral, inclusive o meu adversário em 2008, de repente se retiraram'', lamentou Obama, que também declarou que ''não foi por falta de vontade ou de tentativas''.


''Prometi que faria o possível e que trabalharia todos os dias para conseguir que todos tenham a oportunidade de realizar o sonho americano, e essa promessa eu cumpri'', disse o democrata.

Além disso, acrescentou que nunca ''hesitou'' em cumprir essa promessa. Entretanto, seu rival nas urnas, Mitt Romney, ''disse que vetará o Dream Act, e acredita que a lei do Arizona é um modelo para o país e aposta na deportação automática''.

Romney também participou na quarta-feira de uma entrevista similar, a primeira vez na história do país que ambos os candidatos participam de um ato dirigido expressamente à população hispânica.

O candidato republicano se explicou na quinta-feira a respeito das polêmicas declarações em um jantar com doadores de campanha, quando disse que seu trabalho não era lutar pelos votos de 47% da população, pois estes se consideram ''vítimas'' do sistema, não pagam impostos e vivem das ajudas do governo - e por isso são eleitores de Obama.

''Sei que não vou obter 100% dos votos, por isso minha campanha vai se concentrar nas pessoas que pensamos poder atrair para me apoiarem, mas é uma campanha para ajudar os necessitados. Eu demonstrei minha capacidade de ajudar 100% quando era governador de Massachusetts'', explicou o republicano.


Sobre esta questão, Obama lembrou que após sua vitória em 2008, ''quando me disseram que 47% dos eleitores não tinham votado em mim, eu afirmei nessa mesma noite que trabalharia tão duro por eles quanto pelos meus eleitores''.

O presidente comentou que Romney ''talvez não tenha viajado muito pelo país'' e não tenha vista que os americanos ''são os que mais trabalham'' e que não são pessoas que ''não querem pagar impostos, ou que querem ser vagabundos''.

Reconheceu que ''existem aqueles que abusam do sistema, tanto ricos quanto pobres, já que há milionários que não pagam impostos''. Entretanto, disse que quem não paga o imposto de renda, ''tem impostos recolhidos sobre o salário, na gasolina, além das taxas estaduais e locais''.

A lição mais importante que disse ter aprendido nestes anos como presidente é que ''Washington não pode ser mudada de dentro, mas sim de fora'', por isso, em caso de vitória nas eleições, quer manter uma ''maior comunicação'' com os cidadãos, para que eles ''pressionem por mudanças''.

''Não fiz tudo o que queria fazer, por isso me candidatei para um segundo mandato. A boa notícia é que acho que podemos construir ainda mais sobre o progresso já alcançado até agora'', concluiu Obama.

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