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Para Itamaraty não há negociação UE-Mercosul sem Argentina

Patriota afirmou que não ''existe a hipótese'' de que o Brasil assuma sozinho uma negociação comercial com o bloco europeu

Ministro Antonio Patriota: A iniciativa da Argentina provocou uma crise diplomática com a Espanha, que disse que iria retaliar, e gerou várias críticas (Elza Fiúza/ABr)

Ministro Antonio Patriota: A iniciativa da Argentina provocou uma crise diplomática com a Espanha, que disse que iria retaliar, e gerou várias críticas (Elza Fiúza/ABr)

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Da Redação

Publicado em 15 de maio de 2012 às 19h56.

Brasília- O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, disse nesta terça-feira ao chanceler argentino, Héctor Timerman, que uma negociação comercial entre a União Europeia (UE) e o Mercosul sem a Argentina 'é inconcebível''.

Patriota afirmou também não ''existe a hipótese'' de que o Brasil assuma sozinho uma negociação comercial com o bloco europeu, pois, segundo ele, essas iniciativas devem ser guiadas pelo ''espírito birregional'' que prevaleceu desde o início dos contatos, em 1998.

As declarações do ministro brasileiro foram uma resposta à intenção do ministro das Relações Exteriores espanhol, José Manuel García-Margallo - que fará uma visita a Brasília nesta quarta-feira -, de propor que a discussão entre UE e Mercosul avancem sem a participação da Argentina, devido à crise diplomática entre Madri e Buenos Aires após a nacionalização da petrolífera YPF.

Nesta segunda-feira, após uma reunião do Conselho de Ministros de Exteriores da UE em Bruxelas, García-Margallo antecipou que esse seria um dos pontos a tratar em sua reunião com Patriota. ''O Brasil é uma potência emergente de um interesse enorme para nós. Quem deve analisar se deseja uma negociação de uma maneira ou de outra é o Brasil'', declarou o ministro espanhol.

Segundo ele, para assinar um acordo dessa natureza, é preciso seguir as regras do jogo e, em sua opinião, ''é evidente que neste momento a Argentina não parece cumpri-las''.

Héctor Timerman, que visitou Patriota em Brasília para discutir diversos conflitos comerciais que existem atualmente entre Brasil e Argentina, disse ''lamentar'' a postura da Espanha, que, em sua opinião, precisa ser ''reconsiderada''.

Segundo o chanceler argentino, Espanha e UE ''precisam entender que não são eles que decidem quais são os membros do Mercosul'' - bloco formado por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai.

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