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Para Humala, América Latina não viveu ainda década de ouro

O presidente do Peru, Ollanta Humala, afirmou que a década de ouro da América Latina ainda está para chegar


	O presidente do Peru, Ollanta Humala: "América Latina tem um grande potencial"
 (©AFP / str)

O presidente do Peru, Ollanta Humala: "América Latina tem um grande potencial" (©AFP / str)

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Da Redação

Publicado em 30 de junho de 2014 às 13h51.

Paris - O presidente do Peru, Ollanta Humala, afirmou nesta segunda-feira que a "década de ouro" da América Latina ainda está para chegar, e que para alcançá-la é necessário investir em infraestruturas e em um desenvolvimento mais inclusivo e sustentável.

"O que houve (até agora) foram bons anos de preços nas matérias-primas, mas se não houver industrialização, se não houver diversificação produtiva e Estados modernos, não haverá época de ouro", disse o líder no encerramento em Paris da sexta edição do Fórum Econômico Internacional América Latina e do Caribe.

O encontro, de um dia, questionou as bases e expectativas do crescimento registrado nos anos 2000 e o modelo pelo que se deve apostar perante a atual desaceleração, que faz com que se espere para este ano um aumento do PIB de entre 2% e 2,5%, a metade do anotado em tempos de bonança.

Humala defendeu que é importante zelar por uma política "que permita manter um crescimento sustentado nos próximos anos", assim como avançar rumo a "um Estado mais moderno e presente em todo o território", contar com a participação do setor privado e facilitar a incorporação da cidadania ao mercado de trabalho.

"O que se vem hoje dia é um grande desafio para a América Latina. América Latina tem um grande potencial e esse potencial faz com que se vincule mais não só com a Europa mas com o fórum Ásia Pacífico", destacou o presidente, que iniciou ontem em Paris uma visita de trabalho de três dias.

Humala apontou que "um dos grandes problemas" da região de cara a sua entrada nos mercados "não são as barreiras tarifárias, mas a qualidade do produto", o que exige, para ele, investir em ciência, tecnologia e capacitação.

O presidente mencionou ainda as desigualdades sociais: "América Latina vem de um passado comum em que os Estados republicanos que transcenderam aos coloniais foram mal estruturados e acostumados a servir a 30% de sua população, porque não existia o conceito de cidadania. Hoje não se pode tornar essa parte invisível".

Humala ressaltou igualmente sua vontade de que "mais peruanos empurrem o carro do desenvolvimento", viu como outro grande desafio a redução dessas desigualdades, e reiterou a vontade de seu país de se incorporar à Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE).

Sua agenda de hoje, que começou com um encontro com a maior patronal do país, Medef, inclui participar da inauguração de um seminário organizado pela Fundação da União Europeia "América Latina e Caribe" e pela OCDE sobre as novas estratégias cooperativas de desenvolvimento na região.

O programa da visita, de caráter eminentemente econômico, se fechará amanhã com uma reunião no Eliseu com o presidente francês, François Hollande, com quem está previsto que aborde o fortalecimento das relações bilaterais.

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