Os titulares das Relações Exteriores do Reino Unido e dos EUA, William Hague (e) e John Kerry: "Assad não terá nenhum papel numa Síria democrática", diz Hague (Eric Thayer/Reuters)
Da Redação
Publicado em 22 de outubro de 2013 às 12h58.
Londres - Os titulares das Relações Exteriores do Reino Unido e dos EUA, William Hague e John Kerry, afirmaram nesta terça-feira em Londres que não há lugar para o presidente sírio Bashar al-Assad no futuro político da Síria, logo ao término da reunião do Grupo de Amigos da Síria.
Hague e Kerry se reuniram junto com chefes da diplomacia de outros nove países e o Grupo de Amigos da Síria para cobrar que a oposição moderada se envolva nas negociações previstas para mês que vem em Genebra.
Os chanceleres chamaram à "unidade" depois que uma das facções que integram a Coalizão Nacional, o Conselho Nacional Sírio, dizer que não confia nas negociações com o regime de Damasco.
"Deixamos claro que (o presidente sírio) Assad não terá nenhum papel em uma Síria pacífica e democrática", enfatizou o chefe do Foreign Office em entrevista coletiva realizada no palacete de Lancaster House.
Segundo Hague, "a única maneira sustentável de pôr fim a este conflito e ao sofrimento dos civis sírios é por uma transição política".
"O propósito de nossa reunião de hoje foi enviar um sinal de nossa determinação e nossa unidade para levá-la a cabo", acrescentou.
O Grupo de Amigos da Síria concordou em canalizar seu "peso coletivo" através do processo de Genebra II até que chegue ao estabelecimento de um corpo de governo transitório, de mútuo consentimento, com poderes executivos completos, como detalhado em junho de 2012", explicou Hague.
O ministro britânico especificou que, "por definição, mútuo consentimento implica que só pode ser estipulado com a aprovação do Conselho Nacional Sírio, com o que Assad não desempenharia nenhum papel no governo futuro da Síria".
Em um encontro com a imprensa logo depois do discurso de Hague, o secretário de Estado americano, John Kerry, alertou também que o conflito sírio só chegará ao fim com "uma solução negociada" e não em um "campo de batalha".
O chefe da diplomacia americana afirmou que o grupo dos Amigos da Síria e 11 titulares das Relações Exteriores concordaram em "aumentar a assistência à oposição síria".
Sobre a conferência de Genebra II, Kerry comentou que acontecerá assim que possível e enfatizou que as negociações na Suíça são "imperativas para garantir a existência contínua do estado da Síria".