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Para governo espanhol, abismo os separa da Irlanda

Segundo o secretário da Economia José Manuel Campa, país passa por uma consolidação fiscal

Faixa em Dublin: "aluguéis altos matam nossos empregos" (Peter Muhly/AFP)

Faixa em Dublin: "aluguéis altos matam nossos empregos" (Peter Muhly/AFP)

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Da Redação

Publicado em 24 de novembro de 2010 às 10h28.

Madri - Há "sem dúvida" um "abismo" entre as situações econômicas de Espanha e Irlanda, declarou nesta quarta-feira o secretário da Economia, José Manuel Campa, em uma tentativa de acalmar as preocupações dos mercados nos últimos dias.

"Um abismo nos separa da Irlanda, sem dúvida", declarou Campa, destacando que a Espanha é "um país com baixo nível de dívida pública, que passa por um processo de consolidação fiscal (...), que acaba de aprovar uma reforma trabalhista e da popuanla e que tem pendente uma reforma das pensões públicas e da negociação coletiva".

Indagado sobre as tensões geradas nos últimos dias, que derrubaram a Bolsa de Madri e encareceram as emissões de títulos da dívida, Campa afirmou que são apenas "turbulências de curto prazo, que passarão".

"Não é preciso reagir com exagero ao que ocorreu nestes dias, e sim manter as linhas muito claras sobre o que devemos fazer", acrescentou.

"A este respeito temos poucas dúvidas. Para isso, contamos com o apoio de organismos internacionais".

"Não acredito que os mercados tenham dúvidas de que o que estamos fazendo é suficiente", disse, indicando que "o que acontece é que há muita volatilidade a curto prazo, ligada a situações excepcionais, como a primeira intervenção do fundo de resgate europeu na Irlanda, como se encaminha".

A taxa de juros das emissões da dívida espanhola superavam nesta quarta-feira os 5% pela primeira vez desde 2002, devido ao temor dos mercados em relação ao risco de contágio da crise irlandesa para outros países da Eurozona.

Apesar da negativa do governo, especialistas do mercado consideram que Madri talvez necessite de ajuda internacional, da mesma forma que Grécia e Irlanda.

As taxas de juros das emissões da dívida pública de Irlanda, Portugal e Grécia também registraram uma notável alta nesta quarta-feira.

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