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Para combater inflação, China mira em controle fiscal

Taxa cambial mais forte terá um papel menor nos esforços de estabilizar os preços

Inflação sobe no ritmo mais rápido dos dois últimos anos (Anderson Schneider)

Inflação sobe no ritmo mais rápido dos dois últimos anos (Anderson Schneider)

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Da Redação

Publicado em 7 de março de 2011 às 13h24.

Pequim - A China cortará impostos de importação, dará subsídios aos pobres e aumentará o estímulo à produção de alimentos, disse na segunda-feira o ministro das Finanças chinês, Xie Xuren, indicando como o governo planeja empregar sua vasta riqueza para refrear a inflação.</p>

Mas uma taxa cambial mais forte terá um papel menor nos esforços de estabilizar os preços, porque a valorização é uma faca de dois gumes, afirmou o ministro do Comércio chinês, Chen Deming.

Os comentários feitos pelos dois ministros numa entrevista coletiva durante a sessão anual do Parlamento da China lançou luz sobre como o país trabalha para controlar a inflação, que sobe no ritmo mais rápido dos dois últimos anos.

Embora os investidores estejam se concentrado no papel de uma política monetária mais dura e no potencial para uma moeda mais forte, Pequim parece dar importância igual aos enormes gastos estatais.

"Colocaremos uma ênfase maior na manutenção da estabilidade geral dos preços", disse Xie, ecoando o primeiro-ministro Wen Jinbao, que disse em seu relatório de trabalho no sábado que o controle da inflação era a principal prioridade do governo este ano.

Enquanto o banco central passou a uma política monetária mais apertada, o Ministério das Finanças foi incumbido de implementar uma política fiscal proativa, algo que se refere a gastos para estímulo --o que normalmente aumentaria a pressão sobre os preços.

Xie disse que o Ministério das Finanças garantirá o direcionamento de seus gastos para apoiar a luta contra a inflação.

"De acordo com a exigência de tornar a estabilidade de preços nossa prioridade principal, quando implementarmos nossas políticas fiscais, precisaremos apoiar ativamente a produção e oferta das necessidades básicas, tais como grãos, algodão, verduras, açúcar, carne, ovos e leite", afirmou ele.

Outros pontos da estratégia do governo serão a expansão do suprimento dos insumos necessários para a produção agrícola, como fertilizantes e pesticidas, e o incremento de reservas estatais de commodities chave para manter os preços estáveis, disse Xie.

"Também vamos melhorar ainda mais o sistema de segurança social, aumentando os subsídios às famílias pobres em áreas urbanas e rurais para garantir que a vida delas não seja afetada pela alta e preços."

Valorização da Moeda: Em um comunicado separado, o ministro do Comércio Chen disse que a China tentará ampliar os canais para as importações de grãos e de algodão a fim de responder à demanda crescente.

Embora a demanda chinesa cada vez maior possa elevar os preços globais para essas commodities, o acesso a um suprimento maior é essencial para conter os custos de alimentos dentro da China.

A inflação dos preços ao consumidor da China subiu a um ritmo anual de 4,9 por cento em janeiro, perto do seu maior índice em mais de dois anos. O custo dos alimentos foi o principal motivo, subindo 10,3 por cento ano a ano.

Uma moeda mais forte ajudaria a reduzir os custos de importação para a China, mas o governo está relutante em deixar o iuan aumentar de valor muito rapidamente. Embora ele tenha atingido seus picos de alta contra o dólar na segunda-feira, ele ganhou apenas 4 por cento desde a desvalorização frente ao dólar em junho passado.

Chen disse que não havia razão para que a moeda se valorizasse mais rápido.

"No longo prazo, o iuan está numa tendência gradual de alta. Agora, precisamos adotar uma abordagem gradual e controlada", afirmou.

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