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Para blogueira, Cuba vive "capitalismo de Estado"

"Não creio que em Cuba haja um socialismo e que tenhamos estado nunca perto do comunismo", afirmou Yoani Sánchez


	Yoani Sánchez: Yoani disse temer que, com a futura saída do presidente Raúl Castro, haja revolta popular, caos e clima de violência.
 (REUTERS/Ueslei Marcelino)

Yoani Sánchez: Yoani disse temer que, com a futura saída do presidente Raúl Castro, haja revolta popular, caos e clima de violência. (REUTERS/Ueslei Marcelino)

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Da Redação

Publicado em 13 de junho de 2013 às 07h48.

São Paulo - Em palestra no Grupo Estado, a blogueira cubana Yoani Sánchez disse que seu país não vive um regime socialista. "Não creio que em Cuba haja um socialismo e que tenhamos estado nunca perto do comunismo", afirmou. "Em Cuba vivemos um capitalismo de Estado, um capitalismo de clã familiar, onde o patrão não é o rico, nem o dono da terra, nem o burguês, mas o governo", completou.

Uma das principais defensoras da liberdade de expressão em Cuba, Yoani disse temer que, com a futura saída do presidente Raúl Castro, haja revolta popular, caos e clima de violência. "Não gostaria que houvesse um vazio de poder", enfatizou. A cubana também revelou ter medo que seu país enfrente os mesmos problemas da Rússia após o fim do regime soviético.

Embora o atual governo não dê sinais de mudanças significativas e promova "reformas lentas", Yoani disse que sonha com a democracia. "Teremos a oportunidade de começar do zero", comentou. A opositora do regime castrista revelou estar "esperançosa" na possibilidade de mudanças significativas no governo cubano quando Raúl Castro deixar o poder. Segundo a blogueira, mesmo com medo do governo, os cubanos já começam a ter uma visão mais crítica em relação ao domínio de 54 anos dos irmãos Castro. "Vejo uma mudança entre os cubanos do interior. Essa situação não pode perdurar", afirmou.

Diferentemente dos primeiros dias de visita ao Brasil, quando enfrentou protestos de grupos de esquerda nos eventos em que participou, Yoani foi aplaudida, tirou fotos e recebeu flores de admiradores de sua posição política. Para a blogueira, os manifestantes passaram dos limites ao tentar impedi-la de discursar em seus últimos compromissos. "Impedir as pessoas de falar não é democracia nem pluralidade. É fanatismo", considerou.

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