Em um mês, a taxa de aprovação a Obama caiu de 49 para 45 por cento, segundo a pesquisa realizada entre os dias 4 e 8 de agosto (Joe Raedle/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 10 de agosto de 2011 às 20h42.
São Paulo - Os temores econômicos estão atingindo em cheio os norte-americanos, e uma ampla maioria deles acha que os Estados Unidos estão num mau caminho, enquanto quase metade acredita que o pior ainda está por vir, segundo uma pesquisa Reuters/Ipsos divulgada na quarta-feira.
A pesquisa reflete a crescente ansiedade com a economia dos EUA, num período em que o país escapou por pouco de declarar moratória, e a agência Standard & Poor's rebaixou pela primeira vez a nota de crédito do governo norte-americano. As bolsas despencaram, e o desemprego se mantém teimosamente em 9,1 por cento.
Na pesquisa Reuters/Ipsos, 73 por cento dos norte-americanos acreditam que os EUA estão "no caminho errado", e apenas 21 por cento acham o contrário. Para 47 por cento, "o pior ainda está por vir" - um aumento de 13 pontos percentuais em relação a um ano atrás, quando essa questão foi apresentada pela última vez. O auge desse pessimismo foi em março de 2009, no auge da recessão, quando 57 por cento achavam que a situação ainda iria piorar.
Em um mês, a taxa de aprovação a Obama caiu de 49 para 45 por cento, segundo a pesquisa realizada entre os dias 4 e 8 de agosto. O pior desempenho do antecessor dele, George W. Bush, numa pesquisa do Gallup foi de 46 por cento, no ano da sua reeleição (2004).
Mas Julia Clark, especialista em pesquisas do instituto Ipsos, disse que o descontentamento se direciona contra ambos os partidos, e que os resultados "não servem como indicador" do desempenho eleitoral do presidente no ano que vem. Segundo ela, a situação só fica perigosa para um presidente quando sua aprovação cai abaixo de 40 por cento.
Os republicanos parecem ter sido os mais prejudicados pelas dramáticas negociações da dívida. Depois do acordo, 49 por cento dos entrevistados disseram ter uma imagem negativa do partido da oposição, e 42 por cento afirmaram o mesmo com relação ao movimento conservador republicano Tea Party, que insistia em reduzir o déficit apenas com cortes de gastos, sem aumentar impostos, mesmo que isso levasse os EUA à moratória.
Já o Partido Democrata saiu do episódio com uma imagem negativa junto a 40 por cento dos entrevistados. O próprio Obama foi visto negativamente por 42 por cento na questão da negociação da dívida, enquanto o presidente da Câmara, John Boehner, teve sua imagem arranhada para 37 por cento dos entrevistados.
O acordo em si foi considerado ruim por 53 por cento dos entrevistados, e aprovado por apenas 38 por cento. A reprovação foi maior entre os eleitores republicanos (63 por cento) do que entre independentes (53 por cento) e democratas (45 por cento).
Sobre a melhor forma de estimular o crescimento econômico, as respostas mais frequentes foram "cortando gastos públicos" (49 por cento), "taxando os ricos" (46 por cento) e "investindo em infraestrutura" (34 por cento).
A pesquisa ouviu 1.055 adultos, sendo 885 eleitores registrados. A margem de erro foi de 3 pontos percentuais no total da amostra.