Crise diplomática se aprofunda com o fechamento das travessias de Torkham e Chaman (Getty Images). (Getty Images)
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Publicado em 12 de outubro de 2025 às 09h42.
O Paquistão fechou as principais passagens de fronteira com o Afeganistão neste domingo, disseram autoridades paquistanesas, após uma noite de intensas trocas de tiros entre forças dos dois países. Cabul - capital do Afeganistão - por sua vez, alegou ter matado 58 soldados paquistaneses nos confrontos.
O incidente eleva a tensão na fronteira de 2.600 km que separa as nações, em um contexto de acusações mútuas sobre o abrigo de grupos militantes.
As tropas afegãs abriram fogo contra postos fronteiriços paquistaneses no final da noite de sábado, segundo o Ministério da Defesa afegão. Cabul afirmou que o ataque foi uma retaliação a supostos ataques aéreos paquistaneses realizados no Afeganistão no início da semana.
O Paquistão confirmou ter respondido com fogo de artilharia e armas, alegando ter infligido baixas às forças afegãs, mas não forneceu números. As alegações do Afeganistão de ter matado 58 soldados paquistaneses e de ter tido 20 vítimas (entre mortos e feridos) não foram detalhadas.
Ambos os lados alegaram ter destruído postos de fronteira do país adversário.
Os combates diminuíram na manhã de domingo, embora tiroteios intermitentes persistissem em áreas como Kurram, no Paquistão. Cabul declarou ter cessado os ataques a pedido do Catar e da Arábia Saudita, que emitiram declarações manifestando preocupação com os confrontos.
"Não há qualquer tipo de ameaça em qualquer parte do território do Afeganistão", disse Zabihullah Mujahid, porta-voz da administração Taliban, reforçando que o país defenderá suas terras.
O Paquistão fechou as duas principais passagens, Torkham e Chaman, além de pelo menos três travessias menores. Islamabad acusa o Taliban de abrigar militantes do grupo Tehreek-e-Taliban Pakistan (TTP), que atacam o Paquistão — uma acusação que Cabul nega.
Os ataques aéreos paquistaneses que motivaram a retaliação afegã teriam visado o líder do TTP em Cabul na quinta-feira, embora o Paquistão não tenha reconhecido oficialmente a ação.