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Paquistão e a Índia iniciam diálogo de paz e segurança

O mecanismo anunciado tratará sobre paz, segurança, Caxemira, conflitos territoriais, cooperação econômica, terrorismo, entre outros


	Indianos fogem da região da Caxemira: Índia e Paquistão decidiram continuar dialogando após conversas dos assessores dos dois países
 (Mukesh Gupta/Reuters)

Indianos fogem da região da Caxemira: Índia e Paquistão decidiram continuar dialogando após conversas dos assessores dos dois países (Mukesh Gupta/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 9 de dezembro de 2015 às 15h18.

Islamabad - Paquistão e Índia acertaram nesta quarta-feira o início de um diálogo de paz sobre terrorismo e a região da Caxemira, um processo alternativo ao que chegou ao fim em 2008 após os atentados de Mumbai.

"Ambas as partes concordaram um diálogo bilateral amplo e indicaram que os ministros das Relações Exteriores devem estudar a modalidade e as datas das reuniões para o diálogo de paz e segurança", afirmaram os países em comunicado conjunto.

Sartaj Aziz, o assessor de Relações Exteriores do primeiro-ministro do Paquistão, e a chanceler da Índia, Sushma Swaraj, fizeram o anúncio em Islamabad, onde participam de uma cúpula regional sobre o Afeganistão.

Swaraj, que manteve encontros com o líder paquistanês, Nawaz Sharif, e Aziz indicaram que o novo processo será batizado como "completo", em vez de "composto" como os diálogos que chegaram ao fim em 2008 e explicaram que as negociações abrangerão mais temas.

O mecanismo anunciado tratará sobre paz, segurança, Caxemira, conflitos territoriais, cooperação econômica e comercial, projetos de navegação, narcóticos, terrorismo, questões humanitárias e turismo religioso.

Índia e Paquistão decidiram continuar dialogando após as "bem-sucedidas" conversas que assessores dos dois países mantiveram em Bangcoc no domingo sobre terrorismo e segurança.

Esse ato estava previsto inicialmente para agosto em Nova Délhi e foi suspenso em meio a fortes acusações mútuas que deixaram em ponto morto os contatos institucionais de ambas as partes.

A reunião de Bangcoc ocorreu dias depois do primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, e seu colega do Paquistão terem se reunido brevemente durante a Conferência do Clima de Paris, onde concordaram sobre a necessidade de continuar dialogando apesar dos últimos fracassos nas reuniões bilaterais.

Sharif e Modi trataram de tentar acertar a situação desde a posse do líder indiano em 2014. Mais tarde se reuniram várias vezes e colaboraram em questões como a evacuação de seus cidadãos no Iêmen, apesar de não concordarem sobre o reinício de um diálogo.

Em vez disso, a tensão aumentou com violações do cessar-fogo na chamada Linha de Controle. Depois, a Índia sofreu dois atentados terroristas pelos quais culpou o país vizinho.

Índia e Paquistão mantinham um mecanismo de "diálogo composto" para resolver suas disputas territoriais que começaram em 2004 e chegaram ao fim em 2008, após os atentados que provocaram a morte de 166 pessoas em Mumbai.

Além disso, disputam desde 1947, quando ocorreu a independência do Império Britânico, a região da Caxemira, dividida entre ambos os países e que já provocou duas guerras e vários conflitos menores, com repetidas violações do cessar-fogo na Linha de Controle. 

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