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Paquistão diz ter capacidade para responder a ataque nuclear

Em comunicado, foi anunciado o primeiro lançamento de um míssil submarino que "alcançou seu alvo com precisão"

Paquistão: segundo os militares, trata-se de "um passo adiante no fortalecimento da política de dissuasão mínima" (AFP)

Paquistão: segundo os militares, trata-se de "um passo adiante no fortalecimento da política de dissuasão mínima" (AFP)

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EFE

Publicado em 9 de janeiro de 2017 às 14h23.

Islamabad - O Paquistão afirmou nesta segunda-feira que atingiu capacidade para responder a um ataque atômico que possa destruir suas instalações nucleares terrestres, após o teste bem sucedido de um míssil com capacidade nuclear de uma plataforma submarina no Oceano Índico.

O porta-voz do Escritório de Comunicação do Exército (ISPR, sigla em inglês), o major-general Asif Ghafoor, anunciou em comunicado o primeiro lançamento de um míssil submarino que "alcançou seu alvo com precisão".

O míssil Babur 3 "proporciona capacidade de responder a um ataque nuclear" ao poder lançar mísseis do mar caso as instalações nucleares terrestres sejam destruídas.

A teoria militar entende que os primeiros alvos de um ataque atômico seriam as instalações nucleares do inimigo, por isso que a capacidade para responder a um ataque que destrua os armazéns de mísseis ("second strike capability") torna possível que este armamento sobreviva e permite o contra-ataque.

"A capacidade de responder a um ataque nuclear representa uma conquista científica e é uma manifestação da estratégia mesurada do Paquistão perante as atitudes adotadas pelos vizinhos", de acordo com o comunicado.

Os militares acrescentaram que trata-se de "um passo adiante no fortalecimento da política de dissuasão mínima".

O chefe do Estado-Maior do exército paquistanês, o general Zubair Mahmood Hayat, presenciou o teste ao lado de outros comandantes do alto escalão militar.

O primeiro-ministro do país, Nawaz Sharif, parabenizou as forças armadas pelo lançamento, que considerou uma demonstração "do progresso tecnológico de auto-suficiência" do Paquistão.

"O Paquistão mantém sempre uma política de coexistência pacífica, mas este teste é um reforço na política de dissuasão", afirmou o dirigente.

O Paquistão mantém desde a sua independência, em 1947, uma corrida armamentista com a Índia, país com o qual travou três guerras e vários conflitos menores.

O governo paquistanês testou no final do ano passado um míssil de cruzeiro Babur, capaz de transportar ogivas nucleares e com alcance de 700 quilômetros, que é suficiente para atingir a capital indiana.

A Índia, por sua vez, lançou com sucesso no final de 2016 seu míssil balístico Agni V, com capacidade nuclear e alcance de aproximadamente 5 mil quilômetros.

As relações entre os dois países atravessam neste momento uma crise, com enfrentamentos na fronteira que deixaram dezenas de mortos e retaliações diplomáticas.

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