Bin Laden: autoridades norte-americanas saudaram Afridi como um herói por ajudar a localizar líder da Al Qaeda antes da ação secreta de maio de 2011 (AFP/SITE)
Da Redação
Publicado em 29 de agosto de 2013 às 12h20.
Peshawar - Uma autoridade judicial do Paquistão anulou nesta quinta-feira a sentença de prisão de 33 anos dada a Shakil Afridi, o médico que ajudou agentes da CIA na caçada ao ex-líder da Al Qaeda Osama bin Laden, morto em 2011.
Autoridades norte-americanas saudaram Afridi como um herói por ajudar a localizar Bin Laden antes da ação secreta de maio de 2011, em que forças especiais dos EUA invadiram uma casa em Abbottabad, no Paquistão, depois de mais de uma década de buscas.
A autoridade judicial Sahibzada Mohammad Anees ordenou um novo julgamento, alegando que outro funcionário da Justiça havia excedido sua autoridade ao proferir a sentença no ano passado. Afridi permanece sob custódia.
"O agente político assistente... não tem autoridade para ordenar 33 anos de prisão ao dr. Shakil Afridi", disse o juiz por escrito. "O agente político assistente desempenhou o papel de um magistrado para o qual não foi autorizado." Um agente político e seu assistente são representantes do governo paquistanês nas áreas tribais que não são abarcadas pelo sistema judicial do país.
A sentença de Afridi prejudicou ainda mais os laços entre o Paquistão e os Estados Unidos quando a relação entre os países já estavam tensas devido ao ataque contra Bin Laden. Senadores dos EUA retiraram simbolicamente os 33 milhões de ajuda ao Paquistão em retaliação.
As relações desde então têm melhorado lentamente, mas ainda há muita desconfiança residual de ambos os lados.
Afridi foi acusado de comandar uma campanha de vacinação falsa, na qual coletou amostras de DNA que acredita-se tenham ajudado a agência de inteligência norte-americana a localizar Bin Laden.
Autoridades paquistanesas disseram inicialmente que Afridi seria julgado por traição por ajudar os Estados Unidos, mas os documentos judiciais mostram que ele foi preso por ser membro do grupo militante Lashkar-e-Islam.
Afridi negou as acusações e um porta-voz do grupo disse que não tinha nenhuma relação com o médico.