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Paquistaneses se alinharam ao EI para atacar escola de polícia

As autoridades paquistanesas atribuíram o ataque contra a academia de polícia, que deixou 61 mortos na noite de segunda-feira, à facção Al Alami

Paquistão: este ataque, o pior já cometido contra as forças de segurança na história do Paquistão, foi reivindicado igualmente pelos extremistas do EI (Naseer Ahmed/Reuters)

Paquistão: este ataque, o pior já cometido contra as forças de segurança na história do Paquistão, foi reivindicado igualmente pelos extremistas do EI (Naseer Ahmed/Reuters)

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AFP

Publicado em 26 de outubro de 2016 às 15h46.

Um grupo extremista paquistanês anunciou nesta quarta-feira ter se aliado à organização radical Estado Islâmico (EI) para organizar o atentado esta semana contra uma escola de polícia em Quetta, que deixou 61 mortos .

A reivindicação parece confirmar os temores dos especialistas, segundo os quais o EI, baseado no Oriente Médio e que até agora não conseguia entrar no Paquistão, optou por tecer alianças com grupos locais, aproveitando a crise da Al Qaeda.

As autoridades paquistanesas atribuíram o ataque contra a academia de polícia do Baluchistão, que deixou 61 mortos na noite de segunda-feira, à facção Al Alami, do grupo anti-xiita Lashkar-e-Jhangvi (LeJ).

Este ataque, o pior já cometido contra as forças de segurança na história do Paquistão, foi reivindicado igualmente pelos extremistas do EI.

A organização publicou os retratos dos combatentes aos quais atribui a autoria do ataque. Um deles tem grande semelhança física com um dos atacantes mortos pela polícia.

Em resposta a uma pergunta da AFP sobre se o ataque tinha sido realizado em conjunto com o EI, um porta-voz do LeJ Al Alami, Ali bin Sufyan, respondeu: "sim, é claro".

"Estamos dispostos a trabalhar com todos os grupos no Paquistão, pertençam à Al Qaida ou ao EI", acrescentou.

O LeJ já tem uma aliança com os talibãs paquistaneses (TTP), que, por sua vez, juraram lealdade à Al Qaeda, sua principal fonte de financiamento no início de sua insurreição.

As autoridades paquistanesas realizaram amplas operações militares nas zonas tribais fronteiriças com o Afeganistão, o que tem diminuído a capacidade de ataque destes grupos locais. Observadores e fontes próximas dos grupos avaliam que a Al Qaeda perdeu terreno.

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