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Paparazzi do Parlamento italiano adotarão novo código de ética

Após crítica de políticos, os fotógrafos se comprometem a não divulgar imagens que não 'sejam essenciais para informar as sessões parlamentares'

As lentes dos fotógrafos chegaram a captar a existência de traidores entre os aliados do ex-premiê italiano Silvio Berlusconi (foto) (Filippo Monteforte/AFP)

As lentes dos fotógrafos chegaram a captar a existência de traidores entre os aliados do ex-premiê italiano Silvio Berlusconi (foto) (Filippo Monteforte/AFP)

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Da Redação

Publicado em 28 de novembro de 2011 às 12h28.

Roma - Os fotógrafos que acompanham diariamente as sessões da Câmara dos Deputados e do Senado da Itália têm causado medo aos políticos, já que são responsáveis pela divulgação de seu lado mais obscuro e vergonhoso.

Nesta semana, alguns parlamentares da Liga Norte (LN) e do Povo da Liberdade (PDL), partido do ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi, afirmaram ser contra os paparazzi da Câmara dos Deputados, e exigiram a criação de uma lei para impedir que os fotógrafos entrem no plenário. Os políticos alegam que os eles estão violando suas 'intimidades'.

Apesar de ter sido considerada uma espécie de 'censura' por outras forças políticas e pelos próprios fotógrafos, a medida acabou resultando na criação de um tipo código de conduta. Neste, os fotógrafos se comprometem a não divulgar imagens que não 'sejam essenciais para informar as sessões parlamentares'.

A 'guerra' contra os paparazzi de Montecitorio, como é conhecida a Câmara dos Deputados na Itália, começou nesta semana durante o voto de confiança do novo governo de Mario Monti.

O novo primeiro-ministro italiano deixou à vista dos repórteres uma nota que fazia referência a um suposto pedido de cargo. Seja de modo oficial ou 'reservadamente', a nota era assinada por Enrico Letta, um deputado do Partido Democrático (PD).


Após a nota virar alvo dos fotógrafos, Letta imediatamente esclareceu que ela 'não era um pedido de candidatura', mas um bilhete para cumprimentar o novo governo.

As lentes dos fotógrafos também captaram o que Berlusconi nunca quis reconhecer, ou seja, a existência de traidores entre seus aliados.

Durante a sessão do Senado - que resultou em sua renúncia, no último 12 de novembro -, o ex-mandatário escreveu um bilhete que logo foi registrado pelos fotógrafos e virou assunto em todos os jornais: '308 votos (8 traidores)', mostravam as imagens.

Com o novo código ético, os paparazzi dos parlamentares não poderão mais publicar imagens como a do deputado da legenda partidária Futuro e Liberdade (FLI) Roberto Menia, que foi flagrado jogando 'Super Mario Bros' com seu iPad durante um debate.

Graças ao trabalho dos paparazzi, muitas medidas foram adotadas em beneficio do Parlamento. Embora eles não possam mais mostrar os 'segredos' dos parlamentares, não poderão evitar que não apareçam imagens de políticos em uma briga ou simplesmente dormindo em suas cadeiras. 

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