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Papa se reúne com juíz argentino

Pontífice se encontrou com o juiz Daniel Ruben Herrera Piedrabuena, que teve um papel importante no julgamento de duas ex-autoridades militares

Papa Francisco depois de oficializar um casamento em massa na Basílica de São Pedro, no Vaticano (Giampiero Sposito/Reuters)

Papa Francisco depois de oficializar um casamento em massa na Basílica de São Pedro, no Vaticano (Giampiero Sposito/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 15 de setembro de 2014 às 22h50.

Cidade do Vaticano - O papa Francisco se encontrou nesta segunda-feira com o juiz argentino Daniel Ruben Herrera Piedrabuena, que teve um papel importante no julgamento de duas ex-autoridades militares por seus crimes na chamada Guerra Suja da ditadura no país.

Piedrabuena foi o responsável por levar à corte os acusados pelo assassinato do bispo Enrique Angelelli, da cidade de La Rioja, um esquerdista declarado que morreu no dia 4 de agosto de 1976 em uma batida de carro.

Os militares haviam tomado o poder na Argentina apenas duas semanas antes do incidente e dado início à sua perseguição a supostos "subversivos".

Durante décadas, autoridades insistiram que a morte foi acidental. Mas o caso foi reaberto em 2010, quando um ex-padre que estava com o bispo no veículo na hora do choque informou que o carro havia sido empurrado para fora da estrada.

O juiz Piedrabuena pediu novas investigações e determinou que Angelelli havia sido assassinado.

A corte de La Rioja chegou a uma decisão em julho e sentenciou o ex-comandante do Exército Luciano Benjamin Menendez e o ex-vice-comodoro Luis Fernando Estrella à prisão perpétua.

O Vaticano não forneceu detalhes sobre a reunião do papa com Piedrabuena nesta segunda-feira, mas no começo do ano a Santa Sé havia publicado documentos à corte mostrando que Angelelli havia advertido Roma sobre seu problema com os militares.

Na época, Jorge Mario Bergoglio, que mais tarde seria nomeado papa Francisco, era líder da ordem jesuíta na Argentina e tinha uma boa relação com o bispo.

Quando Angelelli foi assassinado, Francisco ajudou a esconder três outras pessoas em seu seminário em Buenos Aires.

E em 2006, quando a igreja finalmente reconheceu que o bispo havia provavelmente sido assassinado, o então cardeal Bergoglio celebrou uma missa em La Rioja e chamou Angelelli de "mártir", na primeira cerimônia oficial do catolicismo em homenagem a ele.

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