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Papa se encontrará com rohingyas em viagem a Bangladesh

O Vaticano afirmou que haverá um pequeno grupo desta minoria muçulmana que Mianmar não reconhece e discrimina e que está fugindo para Bangladesh

Papa: diferentes vozes do país, entre elas a do cardeal Bo, pediram que Francisco evite falar dos rohingyas (Max Rossi/Reuters)

Papa: diferentes vozes do país, entre elas a do cardeal Bo, pediram que Francisco evite falar dos rohingyas (Max Rossi/Reuters)

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EFE

Publicado em 22 de novembro de 2017 às 16h45.

Cidade do Vaticano - O papa Francisco se reunirá com um grupo da minoria muçulmana rohingya durante a etapa de Bangladesh da viagem, que também o levará a Mianmar, e que acontecerá de 27 de novembro a 2 de dezembro, informou o porta-voz do Vaticano, Greg Burke, nesta quarta-feira.

A ocasião será o encontro inter-religioso e ecumênico pela paz que acontecerá no jardim da Arquidiocese de Daca e que terá representantes de anglicanos, budistas, muçulmanos e hinduístas.

O Vaticano não deu detalhes sobre o encontro, mas afirmou que haverá um pequeno grupo desta minoria muçulmana que Mianmar não reconhece e discrimina e que estão fugindo em massa rumo à Bangladesh.

O Vaticano também adiantou que Francisco se reunirá em particular na sua residência em Yangun com o chefe das Forças Armadas de Mianmar, Min Aung Hlaing, num encontro que não estava previsto. Burke disse que o arcebispo de Yangun, o cardeal Charles Maung Bo, sugeriu esse encontro e outro com outros líderes religiosos que acontecerá antes da missa na capital, Naypyidaw.

Diferentes vozes do país, entre elas a do cardeal Bo, pediram que Francisco evite falar dos rohingyas e, se for necessário citar, utilize a descrição "grupo étnico de religião islâmica que vive no estado de Rakhine" (oeste de Mianmar) para evitar tensões em alguns setores mais radicais do budismo ou no Exército. Burke ressaltou que irá considerar o conselho, mas que, como sempre, é preciso esperar para ver o que Jorge Bergoglio fará.

Na 21º viagem internacional do pontificado, e um das mais delicadas, o pontífice fará 11 discursos em italiano. Todos terão legendas sendo exibidas nos telões espalhados nos lugares onde as reuniões acontecerem e serão traduzidos em panfletos distribuídos ao público.

Francisco começará a viagem na noite do dia 26 para chegar no dia seguinte, às 13h30 (horário local, 18h em Brasília), a Yangun onde será recebido por uma delegação do governo e depois irá à residência do bispo, já que ainda não existe nunciatura neste país, com o qual o Vaticano só assinou relações diplomáticas em maio deste ano.

No dia seguinte, o papa visitará a parte antiga do país e depois irá de avião para a capital para se reunir com autoridades no palácio presidencial. Ele se encontrará com o presidente Htin Kyaw e com a líder de fato do governo e prêmio Nobel da Paz em 1991, Aung San Suu Kyi.

Em Mianmar está prevista uma reunião com o Conselho Supremo da Sangha e uma reunião fechada na residência do bispo com outro grupo de líderes religiosos. Na quinta-feira, dia 30, antes de celebrar a missa com os jovens na Catedral de Santa Maria, ele se encontrará com o chefe do Exército.

Para o Vaticano, esta é uma viagem para mostrar "proximidade com as pequenas comunidades católicas" e na qual Francisco quer levar uma mensagem de "reconciliação, paz e perdão" aos dois países.

Em ambas as ocasiões, destacou Burke, a visita terminará com um encontro com os jovens católicos para "ressaltar que se trata de uma Igreja jovem e cheia de esperança". Esta também será uma viagem na qual o pontífice poderá estar em contato com a verdadeira pobreza. Antes da missa em Daca, o papa receba um par de sandálias confeccionadas por meninos de rua.

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