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Papa reúne mais de um milhão de pessoas em missa

O papa Francisco reuniu mais de um milhão de pessoas durante celebração em que beatificou 124 mártires sul-coreanos

Freiras sul-coreanas esperam por discurso do papa Francisco (Kim Hong-Ji/Reuters)

Freiras sul-coreanas esperam por discurso do papa Francisco (Kim Hong-Ji/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 18 de agosto de 2014 às 12h49.

Seul - Neste sábado (16), na celebração em que beatificou 124 mártires sul-coreanos, o papa Francisco reuniu mais de um milhão de pessoas.

Os novos mártires da Igreja Católica morreram em 1791 por causa de sua fé, em uma época que havia muita perseguição religiosa na península coreana.

Após a missa, Francisco foi visitar um centro de tratamento de doenças graves em Kkottongnae e tirou os sapatos para entrar no local.

Na cultura do país, tirar o calçado é um sinal de respeito.

Assim que começou a visita, uma menina deu ao pontífice uma guirlanda e ele logo a vestiu e não tirou mais durante o encontro.

Além das pessoas doentes, o centro abriga crianças abandonadas por suas famílias.

Bergoglio deu atenção especial a elas, abraçando vários meninos e meninas que foram ao seu encontro.

Depois de visitar os doentes, o sucessor de Bento XVI teve um encontro com a comunidade religiosa e seus líderes na Escola do Amor de Kkottongnae.

No local, ele fez um duro discurso contra quem usa sua fé de forma hipócrita.

"A hipocrisia de alguns homens e mulheres consagrados, que professam o voto de pobreza, mas vivem entre os ricos, ferem a alma dos fieis e denigrem a Igreja. Pensem em como é perigosa a tentação de adotar uma mentalidade puramente racional e mundana, que induz colocar nossas esperanças em meios humanos e destroem o testemunho de pobreza que Nosso Senhor Jesus Cristo viveu e ensinou", falou em discurso.

E deu um conselho aos líderes religiosos, dizendo que "vocês devem entrar na vida consagrada e evitar todas aquelas coisas que podem causar desconcerto e escândalo nos outros".

Francisco ainda deu um exemplo próprio aos locais.

"Por experiência, eu sei que a vida comunitária não é sempre fácil, mas é um terreno necessário para a formação do coração. Não é realístico não atender aos conflitos: surgirão incompreensões e será necessário afrontá-las. Na vida comunitária é que somos chamados a crescer na misericórdia, na paciência e na perfeita caridade", ressaltou.

O pontífice também falou sobre sua luta pela dignidade humana através do trabalho, dizendo que "neste momento, a dignidade está ameaçada e corre o risco de ser cortada dessa cultura do dinheiro que deixa sem trabalho tantas pessoas".

E pediu para que os representantes levassem uma reflexão para suas casas.

"São pessoas e nós pensamos sempre 'pai, vamos lhe dar de comer'. Mas, elas devem sentir a dignidade de levar o pão para casa. Eu lhes ofereço um desafio. Pensem nisso a caminho de casa".

Bergoglio segue em visita apostólica no país até a próxima segunda-feira (18).

Amanhã (17), participará do encerramento da VI Jornada da Juventude Asiática e no dia da partida, celebrará uma missa pela reconciliação entre as duas Coreias, na Catedral de Myeongdong, em Seul. 

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