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Papa pede respeito entre religiões para paz no Sri Lanka

Francisco defendeu a colaboração e o respeito entre as distintas religiões para se conseguir a reconciliação após 30 anos de guerra civil

Vento levanta o manto do papa Francisco durante discurso no Sri Lanka  (REUTERS/Stefano Rellandini)

Vento levanta o manto do papa Francisco durante discurso no Sri Lanka (REUTERS/Stefano Rellandini)

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Da Redação

Publicado em 13 de janeiro de 2015 às 05h58.

Colombo - O papa Francisco defendeu nesta terça-feira a colaboração e o respeito entre as distintas religiões para se conseguir a reconciliação e consolidar a paz no Sri Lanka, após 30 anos de guerra civil.

Esse foi o tom do discurso do pontífice diante das autoridades cingalesas no aeroporto de Colombo, a capital do Sri Lanka, em sua chegada ao país, onde permanecerá até 15 de janeiro, quando viajará para as Filipinas.

A história do Sri Lanka - que viveu 30 anos de guerra civil entre as etnias tâmil e cingalesa - serviu para que o papa afirmasse que é "uma tragédia constante em nosso mundo que tantas comunidades estejam lutando entre si".

Agora, lembrou Francisco, "deve-se consolidar a paz e curar as feridas" no país. No entanto, "não é uma tarefa fácil superar o amargo legado de injustiças, hostilidade e desconfiança que deixou o conflito", acrescentou.

Para o processo de recuperação do Sri Lanka, o papa aconselhou "a busca da verdade", mas, detalhou, "não com a finalidade de abrir velhas feridas, mas como um meio necessário para promover a justiça, a reconstrução e a unidade".

Para o processo de consolidação da paz no país, Francisco opinou que "os fiéis das diversas tradições religiosas têm um papel essencial".

Os budistas são maioria no Sri Lanka, com cerca de 70% da população, seguidos por hindus (12,6%) e muçulmanos (9,7%). Os católicos são aproximadamente 7%.

Para que o processo de reconciliação seja bem sucedido, o pontífice acrescentou que "todos os membros da sociedade devem trabalhar juntos e ter voz".

"Todos têm que se sentir livres para expressar suas inquietações, suas necessidades, suas aspirações e seus temores" e "se aceitarem mutuamente, para respeitar as legítimas diferenças e aprender a viver como uma única família", acrescentou.

Com isso, prosseguiu o papa, "a diversidade já não será vista como uma ameaça, mas como uma fonte de enriquecimento".

A reconstrução de um país, segundo o pontífice, deve abranger não apenas a infraestrutura e as necessidades materiais, mas também "a promoção da dignidade humana, o respeito aos direitos humanos e a plena inclusão de cada membro da sociedade".

Além disso, Francisco fez questão de destacar que sua visita é pastoral, com o objetivo de "conhecer, encorajar e rezar com os fiéis católicos".

Explicou que o "ápice" de sua visita será a canonização do beato José Vaz e destacou seu exemplo "de caridade cristã e respeito por todas as pessoas, independentemente de sua raça e de sua religião, que continua sendo uma fonte de inspiração e de ensino na atualidade".

O papa também desejou boa sorte ao novo presidente do Sri Lanka, Maithripala Sirisena, eleito no pleito realizado no dia 8 de janeiro.

Sirisena recebeu o papa em seu desembarque no aeroporto, onde o máximo representante da Igreja Católica recebeu um colar de flores de duas meninas.

Francisco também foi recebido pelo arcebispo de Colombo, o cardeal Malco Ranjith, e o núncio apostólico, Pierre Nguyen Van Tor.

O papa foi saudado em sua chegada por um coral com cerca de 200 crianças, dançarinos tradicionais e 21 salvas de canhão.

Após os discursos, Francisco e o presidente se reuniram em particular por alguns minutos. Durante a tarde, o papa será recebido no palácio presidencial. EFE

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