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Papa pede fim da 'indiferença' em encontro com refugiados na Hungria

Na manhã de sábado, cerca de 600 refugiados, principalmente da Ucrânia, além de pessoas pobres, se reuniram na igreja neogótica de St. Elisabeth, construída no final do século XIX no coração de Budapeste

Papa Francisco fala durante a missa de Te Deum na véspera do Ano Novo na Basílica de São Pedro, no Vaticano, em 31 de dezembro de 2022 (AFP/AFP)

Papa Francisco fala durante a missa de Te Deum na véspera do Ano Novo na Basílica de São Pedro, no Vaticano, em 31 de dezembro de 2022 (AFP/AFP)

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Agência de notícias

Publicado em 29 de abril de 2023 às 15h40.

O papa Francisco, incansável defensor da "abertura aos demais", pediu neste sábado(29) para "erradicar os males da indiferença" durante um encontro com refugiados no segundo dia de sua visita à Hungria.

O argentino de 86 anos, com saúde frágil, chegou a Budapeste na sexta-feira. Ele alertou contra a "rigidez e os fechamentos" e a tendência de "retirada" em um discurso diante do primeiro-ministro nacionalista Viktor Orbán, conhecido por sua política anti-imigração.

Na manhã de sábado, cerca de 600 refugiados, principalmente da Ucrânia, além de pessoas pobres, se reuniram na igreja neogótica de St. Elisabeth, construída no final do século XIX no coração de Budapeste.

Cerca de mil fiéis assistiram ao evento da esplanada. Depois de ouvir vários testemunhos, incluindo o de Oleg Yakovlev, um ucraniano pai de cinco filhos que disse ter fugido de seu país durante a guerra, o papa agradeceu aos húngaros.

Em particular às associações religiosas, “pelo esforço feito na caridade” e “pela forma como acolheram – não só com generosidade mas também com entusiasmo – muitos refugiados da Ucrânia”.

- "Voltar rápido" -
Desde o início do conflito, mais de dois milhões de ucranianos transitaram por solo húngaro, embora apenas 35 mil tenham solicitado o status de "proteção temporária" implementado pela União Europeia (UE), segundo dados do Alto Comissariado da ONU para Refugiados (Acnur).

Diante das portas fechadas, sob um céu cinzento, Elena, uma dançarina ucraniana de 43 anos que não quis revelar seu sobrenome, disse que veio “para ver o papa que é um grande defensor da paz”.

"Tenho um menino de nove anos e a única coisa que importa é que nossos filhos ainda estão vivos", disse à AFP junto com sua irmã Vika. "Aqui não tivemos problemas, mas queremos voltar rápido", confessou.

Na verdade, a posição ambígua de Orbán sobre o conflito não encoraja os ucranianos a permanecerem na Hungria.

O líder nacionalista vai contra a solidariedade demonstrada pela UE e pela Otan e recusou-se a enviar armas para Kiev, mantendo laços estreitos com o Kremlin.

- Uma saúde frágil -
A situação é ainda mais difícil para os migrantes de outras nacionalidades.

A Hungria construiu cercas em suas fronteiras e restringiu a apresentação de pedidos de asilo em suas embaixadas no exterior, uma política que lhe rendeu várias condenações do Tribunal de Justiça da UE.

No ano passado, apenas 18 pessoas obtiveram a condição de refugiado, um número insignificante em comparação com outros países da UE.

O idoso pontífice, com saúde frágil, reuniu-se com crianças e jovens com deficiência que cantaram para ele.

No final da manhã visitou também a comunidade greco-católica, uma igreja oriental de rito bizantino que reconhece a autoridade do papa.

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