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Papa, Merkel e Mukwege estão entre favoritos ao Nobel da Paz

As casas de apostas apontam com força nas últimas horas para a chanceler alemã, Angela Merkel, por seu papel na crise dos refugiados na Europa


	Papa Francisco e a chanceler alemã Angela Merkel: os candidatos vão suceder a paquistanesa Malala Yousafzai e o indiano Kailash Satyarthi, premiados por sua luta pelos direitos das crianças
 (Getty Images / Guido Bergmann)

Papa Francisco e a chanceler alemã Angela Merkel: os candidatos vão suceder a paquistanesa Malala Yousafzai e o indiano Kailash Satyarthi, premiados por sua luta pelos direitos das crianças (Getty Images / Guido Bergmann)

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Da Redação

Publicado em 8 de outubro de 2015 às 14h01.

Copenhague - Vários ativistas russos, o papa Francisco, o médico congolês Denis Mukwege e o sacerdote católico Abba Mussie Zerai são alguns dos principais aspirantes ao Nobel da Paz deste ano, que se falha amanhã em Oslo.

As casas de apostas apontam também com força nas últimas horas para a chanceler alemã, Angela Merkel, por seu papel na crise dos refugiados na Europa, da mesma forma que Zerai, fundador e presidente da Agenzia Habeshia, que luta pelos direitos dos emigrantes que chegam em botes à Itália.

A atualidade do assunto dos refugiados poderia reforçar também as chances da Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), que já ganhou o prêmio em 1954 e 1981; e da prefeita da ilha de Lampedusa, Giusi Nicolini.

Entre os candidatos a suceder a paquistanesa Malala Yousafzai e o indiano Kailash Satyarthi, premiados por sua luta pelos direitos das crianças, se menciona também o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, e o líder das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), Timoleón Jiménez.

A assinatura de um acordo nuclear entre Estados Unidos e Irã aprovaria seus ministros das Relações Exteriores, John Kerry e Mohammad Javad Zarif, respectivamente, segundo alguns especialistas, que apontam também dois movimentos antinucleares, a Associação Artigo 9 e Abolição 2000.

Entre os candidatos russos, conforme destaca o periódico "Novaya Gazeta", estão Svetlana Ganushkina, fundadora da organização Memorial; Ludmila Alexeeva, ganhadora do prêmio Vaclav Havel de Direitos Humanos 2015; a advogada chechena Lidia Yusupova e Pavel Chikov, da ONG Agora.

Estes dois últimos e outros aspirantes como o Centro de Direitos Humanos do Bahrein e o bispo mexicano José Raúl Vera López, têm a seu favor ter ganhado o prêmio de direitos humanos da fundação norueguesa Rafto, outorgado este ano ao hondurenho Ismael Moreno Coto, conhecido como padre Melo.

Ganhadores do Rafto como a birmanesa Aung San Suu Kyi; o ex-presidente do Timor-Leste José Ramos Horta, o coreano Kim Dae-Jung e a advogada iraniana Shirin Ebadi foram premiados anos depois com o Nobel da Paz.

A Campanha Internacional para Abolir as Armas Nucleares, as ONGs Iraque Body Count e Transparência Internacional, os ativistas sauditas Abu al Khair e Raif Badawi, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon; o ex-analista da CIA Eric Snowden e o soldado transexual Chelsea Manning também são citados em Oslo.

A presença na lista de candidatos - que podem ser indicados por catedráticos universitários de Direito ou Ciências Políticas, parlamentares ou antigos premiados de todo o mundo - só pode ser conhecido se quem os indicou o tornam público.

Assim aconteceu com a brigada cubana para desastres e epidemias Henry Reeve, avalizada pela Conferência Anual de Sindicalistas noruegueses.

O Comitê Nobel só divulga a lista depois de passados 50 anos e a única coisa que confirmou agora é o número de candidatos, que este ano atingiu o número de 276.

A eleição deste ano será a estreia do novo presidente do comitê, a ex-líder conservadora Kaci Kullmann Five, escolhida em março em substituição do ex-primeiro-ministro Thorbjorn Jagland, sob cujo mandato houve designações polêmicas como as do presidente dos EUA, Barack Obama; da União Europeia (UE) e o ativista chinês Liu Xiaobo.

Os cinco membros deste organismo são nomeados por um período de seis anos pelo parlamento da Noruega, segundo a correlação de forças entre as formações políticas.

A saída de Jagland esteve rodeada de referências a que poderia ser um gesto para agradar Pequim, que após o Nobel a Liu reduziu ao mínimo suas relações comerciais e políticas com a Noruega.

E sua figura resultou danificada pelos ataques do antigo secretário do comitê, Geir Lundestad, em cujas recentes memórias questionou sua capacidade e sua falta de estilo e o acusou de se exceder em suas insinuações à imprensa sobre possíveis ganhadores.

Em uma polêmica que recebeu grande atenção na Noruega o comitê contra-atacou atacando Lundestad por violar supostamente a cláusula de confidencialidade após revelar dados de suas reuniões e Jagland qualificou os ataques a sua pessoa de injúrias e mentiras.

O Nobel da Paz é o único que se outorga e se entrega fora de Estocolmo, por decisão do criador dos prêmios, o magnata sueco Alfred Nobel, já que em sua época a Noruega fazia parte do Reino da Suécia.

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