Papa Leão XIV aparece em selfie ao lado de fiéis após ser nomeado Pontífice ( Reprodução/Redes Sociais)
Agência de notícias
Publicado em 9 de maio de 2025 às 09h58.
Poucas horas após ser anunciado como novo líder da Igreja Católica na quinta-feira, 8, o Papa Leão XIV fez suas primeiras aparições privadas em Roma e no Vaticano — em um primeiro teste da nova dinâmica à qual o primeiro Pontífice americano estará sujeito. Na era das redes sociais, o Papa já apareceu em sua primeira selfie após o conclave, bem como foi filmado ao distribuir o que parece ter sido seu primeiro autógrafo após assumir o Trono de São Pedro.
Em um vídeo que circula nas redes, é possível ver o Leão XIV descendo de um carro e sendo recebido por um pequeno grupo de pessoas, que o cumprimenta e parabeniza pela nomeação como novo Papa. Entre o grupo, uma menina se aproxima do Pontífice e pede, em italiano, que ele abençoe e benza um livro. O Papa solta um gracejo antes de atender ao pedido da jovem:
— Benzer e assinar? Eu acho que preciso testar a assinatura, já que a velha não serve mais — disse Leão XIV, arrancando risos dos presentes.
O vídeo parece ter sido gravado no Palazzo del Sant'Uffizio, em Roma, que o Pontífice visitou ainda na noite de quarta. Quando ainda era cardeal, Leão XIV viveu no local, segundo a imprensa italiana. Também foi durante a visita que o Papa apareceu em sua primeira selfie.
Leão XIV é o primeiro Pontífice a assumir a liderança da Igreja Católica com um longo histórico de participações nas redes sociais. Embora Bento XVI tenha sido o primeiro Papa a tuitar, em 2012, o americano tem uma conta na rede social há 14 anos, período em que publicou mais de 400 mensagens, nas quais expressou sua opinião sobre temas delicados, como racismo, abusos sexuais pelo clero, pandemia, o caso George Floyd e a invasão da Ucrânia pela Rússia.
Quando JD Vance, vice-presidente dos EUA, afirmou que os cristãos devem, primeiramente, amar suas famílias, depois seus vizinhos, depois os membros da sua comunidade e seus compatriotas, o então cardeal Robert Prevost não hesitou em comentar. Ele usou a teologia para contradizer o argumento de Vance pelo X.
"JD Vance se engana: Jesus não nos pede que classifiquemos nosso amor pelos demais", publicou Prevost, cujo comentário recebeu dezenas de milhares de curtidas.
Como era de se esperar para um americano que viveu durante décadas no Peru, a imigração é um tema importante para o novo Papa, que compartilhou críticas às políticas migratórias de Donald Trump.
Em 2017, Prevost publicou em sua conta um artigo que dizia que os Estados Unidos viviam "uma época obscura" de sua história, devido à proibição de entrada de refugiados no país decretada por Trump em seu primeiro mandato.
Dias depois de Floyd morrer asfixiado por um policial, em 2020, Prevost pediu que seus companheiros da Igreja Católica se manifestassem. "Precisamos ouvir mais os líderes da Igreja, rechaçar o racismo e buscar justiça", publicou.
Prevost também pediu ao Vaticano a expulsão de religiosos que tivessem abusado sexualmente de menores. "Se você é vítima de abusos sexuais por parte de um sacerdote, denuncie", declarou neste mês ao jornal peruano La República.
Em 2014, Prevost mostrou-se contrário à pena de morte: "É inadmissível", publicou no X, o que repetiu em entrevistas, missas e declarações públicas. "Temos que ser sempre a favor da vida", disse, certa vez, a jornalistas peruanos.
O novo Papa recorre ao humor, como quando afirmou que muitas pessoas são inteligentes, embora a maioria seja assintomática. O ritmo de suas publicações nas redes sociais aumentou durante a pandemia, mas não se sabe se ele vai mantê-lo durante o seu pontificado.