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Papa realiza casamento de casais que já moram juntos

Francisco, que é o primeiro papa não-europeu em 1.300 anos, expressou tolerância em relação a outros tópicos que são tradicionalmente um tabu na Igreja


	Papa Francisco: ele disse que a Igreja precisa acabar com sua obsessão de dar ensinamentos sobre aborto, contracepção e homossexualidade
 (Tony Gentile/Reuters)

Papa Francisco: ele disse que a Igreja precisa acabar com sua obsessão de dar ensinamentos sobre aborto, contracepção e homossexualidade (Tony Gentile/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 14 de setembro de 2014 às 11h14.

Cidade do Vaticano - O papa Francisco celebrou o casamento de 20 casais neste domingo, alguns dos quais já vivem juntos e tem filhos, no mais recente sinal de que o pontífice argentino quer que a Igreja Católica seja mais aberta e inclusiva.

No primeiro casamento que realizou em seu papado de 18 meses, Francisco conduziu cada casal durante seus votos --incluindo Gabriella e Guido, que já têm filhos e pensavam que um casamento desse tipo seria impossível, segundo a Rádio Vaticana.

"As pessoas que se casaram no domingo são casais como muitos outros", disse em comunicado a diocese de Roma. "Alguns já moram juntos, alguns já tem filhos." A cerimônia foi a primeira do tipo no Vaticano desde que o papa João Paulo II presidiu um casamento em 2000, quando era o líder de 1,3 bilhão de católicos do mundo.

Francisco, que é o primeiro papa não-europeu em 1.300 anos, expressou tolerância em relação a outros tópicos que são tradicionalmente um tabu na Igreja, perguntando: "quem sou eu para julgar?" uma pessoa homossexual "que busca Deus e tem boa vontade".

Sua abordagem contrasta com a de seu predecessor, o papa alemão Bento XVI, que afirmou que ameaças à família tradicional prejudicam o futuro da humanidade.

Bispos de todo o mundo devem ir ao Vaticano em outubro para um grande encontro sobre a família, a que o papa jesuíta se referiu na homília da missa de domingo como os "tijolos" sobre os quais a sociedade é construída. Os bispos devem discutir questões como casamento, divórcio e contracepção no concílio, de 5 a 19 de outubro.

O papa disse que a Igreja precisa acabar com sua obsessão de dar ensinamentos sobre aborto, contracepção e homossexualidade e se tornar mais misericordiosa, ou corre o risco de cair "como um castelo de cartas".

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