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Papa Francisco pode virar santo? Entenda o processo de canonização

Cerca de 30% dos Papas foram declarados Santos. Processo costumava levar décadas, mas tem se agilizado nos últimos anos

Homenagem ao papa Francisco no Timor Leste (Yasuyoshi Chiba/AFP)

Homenagem ao papa Francisco no Timor Leste (Yasuyoshi Chiba/AFP)

Agência o Globo
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Agência de notícias

Publicado em 26 de abril de 2025 às 08h24.

Embora dois dos cinco Papas anteriores ao Papa Francisco tenham sido nomeados santos, o simples fato de servir como pontífice não é uma garantia de canonização. Pelo menos não mais. Nos primeiros anos da Igreja Católica Apostólica Romana, a maioria dos papas, começando por São Pedro, que é considerado o primeiro a ocupar o cargo, foram declarados santos após sua morte. Dos primeiros 50 Papas, 48 receberam essa honra. Com o tempo, isso se tornou muito mais raro.

Até o momento, 80 dos 266 Papas que serviram ao longo de quase dois mil anos foram canonizados. Outros 11 estão em uma espécie de lista de espera, tendo sido beatificados, o penúltimo passo para a santidade.

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Para chegar lá, são necessários anos de investigação e análise por parte da Igreja, especialmente do Dicastério das Causas dos Santos. As autoridades e os consultores do Vaticano examinam a bondade, a santidade e a devoção a Deus dos candidatos e examinam cuidadosamente seus escritos. Aqueles que passam no teste são declarados “veneráveis”.

O próximo passo é a beatificação, que exige que o Dicastério aceite a validade de um milagre realizado pela intercessão do candidato. Depois disso, o Vaticano deve reconhecer a validade de um segundo milagre atribuído à intercessão da pessoa para que ela seja declarada santa. O papa toma a decisão final sobre a canonização.

Os papas mais recentes a serem canonizados são João XXIII e João Paulo II. Eles se tornaram santos em uma cerimônia conjunta presidida por Francisco em 2014.

Quanto tempo leva o processo de canonização?

Durante a maior parte da história da Igreja, geralmente passavam-se décadas entre a morte de uma pessoa e o início de um movimento para sua canonização.

De 1588 a 1978, o tempo médio entre a morte de uma pessoa e a santidade foi de 262 anos, de acordo com Rachel McCleary, pesquisadora da Universidade de Harvard.

Esse tempo caiu para pouco mais de 100 anos durante os três últimos papados, em parte porque João Paulo II encurtou o período de espera para iniciar uma causa de santidade, como o processo é conhecido, para cinco anos após a morte de uma pessoa.

Até mesmo isso pode ser dispensado. No funeral de João Paulo II em 2005, que contou com a presença de centenas de milhares de pessoas, faixas e gritos de alegria foram levantados pelos enlutados dizendo: “Santo, subito”, ou “Santidade agora”.

Seu sucessor, Bento XVI, dispensou o período de espera, permitindo que João Paulo II fosse canonizado nove anos após sua morte.

Depois que um relatório do Vaticano publicado em 2020 descobriu que João Paulo pode ter ignorado as acusações de abuso sexual contra o ex-padre Theodore E. McCarrick, os críticos se perguntaram se o pontífice não teria sido feito santo cedo demais.

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