Papa Francisco visita a necrópole sob a cripta e a Basílica vaticana: antes de descer à necrópole vaticana, o papa percorreu toda a parte central da mesma, que passa sob a cripta da Basílica de São Pedro. (REUTERS/Osservatore Romano)
Da Redação
Publicado em 1 de abril de 2013 às 16h13.
Cidade do Vaticano - O papa Francisco visitou nesta segunda-feira o túmulo de São Pedro - a primeira vez que um pontífice desce até a necrópole sob a cripta e a Basílica vaticana - onde orou de maneira silenciosa e emocionada, informou o Vaticano.
Francisco chegou acompanhado pelo cardeal Angelo Comastri, arcipreste da Basílica Vaticana; o delegado da Fábrica de São Pedro (que se encarrega da manutenção dos edifícios do Vaticano), Vittorio Lanzani, e de seu secretário, Alfred Xuareb, e do responsável pela necrópole, Pietro Zander.
Antes de descer à necrópole vaticana, o papa percorreu toda a parte central da mesma, que passa sob a cripta da Basílica de São Pedro, escutando as explicações de Comastri e Zander.
Depois, chegou ao lugar onde se encontra o túmulo de São Pedro, exatamente sob o altar central e a cúpula da basílica.
Na Capela Clementina, o lugar mais próximo ao túmulo do Príncipe dos Apóstolos, o papa rezou em silêncio durante alguns minutos e se emocionou, segundo o Vaticano.
Francisco passou depois, já na cripta da Basílica de São Pedro, pelos túmulos dos papas do século passado que estão enterrados ali: João Paulo I, Paulo VI, Pio XII, Pio XI e Bento XV.
João XXIII e João Paulo II também foram enterrados na cripta da Basílica de São Pedro. Mas os restos mortais dos dois beatos foram transferidos à basílica e colocados em capelas individuais para permitir um maior fluxo de fiéis.
O primeiro a ser transferido para a basílica foi João XXIII e em seu túmulo foi enterrado depois João Paulo II. Agora essa sepultura, muito perto da de São Pedro, está vazia.
O corpo de São Pedro foi descoberto em meados do século passado. O Príncipe dos Apóstolos foi martirizado na colina vaticana, onde ficava o Circo de Nero, local onde os cristãos eram executados durante o regime do imperador romano. A basílica foi erguida no local onde se acreditava que Pedro teria sido enterrado, mas seus restos mortais não tinham sido identificados até então.
O papa Pio XI desejava ser enterrado o mais próximo possível do Apóstolo por isso que seu sucessor, Pio XII (1876-1958 e papa de 1939 a 1958), ordenou que se escavasse nas imediações do túmulo, assim que assumiu seu pontificado, com o objetivo de localizar os restos do primeiro papa.
A partir de 1940 começaram as escavações, que se prolongaram durante dez anos.
Os arqueólogos encontraram uma inscrição em grego que dizia "Petros eni" (Pedro está aqui) e ossos. Após várias provas, Pio XII anunciou em 1950 que tinham sido encontrados os restos mortais do Apóstolo.