Papa Francisco, durante missa no Vaticano (Vatican Media/AFP)
Agência de notícias
Publicado em 29 de março de 2024 às 09h24.
Comemorada por diferentes igrejas do cristianismo, a Páscoa representa uma passagem de tempo especial para os religiosos que celebram a ressurreição de Jesus Cristo, após a crucificação. Além disso, marca também o fim da Quaresma, ou seja, o período de 40 dias que compreendem penitências, orações e jejum.
A data, no entanto, é 'móvel', não há um dia específico que marca a comemoração anualmente, mas isso pode mudar em 2025, algo que não ocorre há 1.700 anos.
A possibilidade de mudança vem de uma discussão entre católicos e ortodoxos pela reunificação da data comemorativa. Em 2022, durante uma reunião com o patriarca ortodoxo Bartolomeu de Constantinopla, o Papa Francisco expressou o desejo de estabelecer uma data comum para que todos os cristãos pudessem celebrar a ressurreição de Jesus em conjunto. A ideia foi abraçada pelo líder ortodoxo, assim como pelo arcebispo Job Getcha de Telmessos.
Os diálogos entre os religiosos se estreitaram ainda mais com o início da Guerra da Ucrânia — vale ressaltar inclusive a decisão dos ucranianos de deixarem de celebrar o Natal junto de Moscou, e para fazê-lo junto a Roma. A ideia de uma celebração unificada foi abraçada também pelas Igrejas Luterana e Anglicana, na Inglaterra. O último entrave, no entanto, é o Patriarcado da Rússia, que pode se abster ou ser deixado de lado no debate.
Em 2025, por coincidência, os calendários cristãos terão a mesma data de Páscoa: 20 de abril.
Ao ser questionado sobre o assunto, o Papa Francisco não negou a possibilidade de um 'concílio de Niceia' para debater a fé cristã e discutir assuntos sobre uma data unificada de Páscoa. Especula-se que o encontro entre os líderes pode acontecer em Jerusalém ou em Niceia, ou seja, a atual Iznik, na Turquia. Se realizado, este seria um primeiro passo rumo a um objetivo maior do pontificado de Francisco: a reunificação gradual entre católicos e ortodoxos.
A proposta visa usar o segundo ou terceiro domingo de abril para a Páscoa. A mudança, é claro, traria outras alterações ao calendário de festividades, como o Carnaval, que é comemorado 47 dias antes da Páscoa. Além de Corpus Christi, que ocorre após 60 dias da ressurreição de Cristo.