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Papa Francisco começa amanhã visita de quatro dias a Cuba

É a primeira visita do pontífice à ilha, após a retomada das relações diplomáticas de Cuba com os Estados Unidos


	Papa Francisco é o terceiro papa a visitar Cuba desde a Revolução de 1959
 (REUTERS/Angelo Carconi/Pool)

Papa Francisco é o terceiro papa a visitar Cuba desde a Revolução de 1959 (REUTERS/Angelo Carconi/Pool)

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Da Redação

Publicado em 18 de setembro de 2015 às 19h51.

Denver - O papa Francisco desembarca em Cuba amanhã (19) para uma viagem de quatro dias ao país. É a primeira visita do pontífice à ilha, após a retomada das relações diplomáticas de Cuba com os Estados Unidos, que ele ajudou pessoalmente a negociar.

Em Havana, a Praça da Revolução recebeu um altar e fileiras de cadeiras para o papa celebrar uma missa a céu aberto. Nas ruas da capital cubana, mensagens dão boas-vindas ao líder da Igreja Católica.

Francisco é o terceiro papa a visitar Cuba desde a Revolução de 1959. Quando assumiu o poder, Fidel Castro, batizado e educado por jesuítas, declarou a ilha um Estado ateu, expulsou padres e fechou escolas religiosas.

Uma histórica visita do papa João Paulo II, em 1998, marcou o início da recuperação dos laços com a igreja.

Em 2012, o papa Bento XVI foi recebido pelo sucessor de Fidel, o irmão mais novo do comandante, Raúl Castro.

O analista cubano Lenier Gonzalez, ouvido pela Agência Reuters, afirmou que as relações da Igreja Católica com o governo de Cuba, antes tensas, passaram a ser de negociação e proximidade.

“As áreas de cooperação aumentaram até o ponto em que a igreja e o papa francisco facilitaram a reaproximação dos governos de Cuba e dos Estados Unidos.”

O papa Francisco teve papel decisivo na retomada das relações diplomáticas entre os dois países, inimigos da Guerra Fria, depois de meio século de afastamento.

O líder da Igreja Católica escreveu um apelo pessoal aos presidentes Barack Obama e Raúl Castro e intermediou as negociações secretas para a reaproximação.

No anúncio da reabertura das embaixadas, no fim do ano passado, Obama e Raúl agradeceram ao papa por mediar o acordo histórico.

O caminho até a normalização das relações ainda tem pela frente a questão do embargo financeiro, econômico e comercial imposto à Cuba pelos Estados Unidos há 53 anos.

Um oficial do Vaticano adiantou à Agência Reuters que, durante a viagem, o papa Francisco deve condenar a permanência do bloqueio.

Recentemente, o governo cubano atualizou o valor estimado de prejuízo causado pela medida. A cifra alcança US$ 833,7 bilhões. O fim do embargo depende da aprovação do congresso norte-americano.

Durante os quatro dias de visita, o papa também deve pedir mais liberdade e respeito aos direitos humanos na ilha. Depois de Cuba, o papa Francisco viaja aos Estados Unidos, onde será recebido na Casa Branca pelo presidente Barack Obama.

Ele também fará uma visita ao congresso norte-americano e participará, em Nova York, da Assembleia Geral das Nações Unidas.

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