Papa Francisco desembarca no aeroporto de Daca, em Bangladesh (Max Rossi/Reuters)
EFE
Publicado em 30 de novembro de 2017 às 08h55.
Última atualização em 30 de novembro de 2017 às 08h56.
Daca - O papa Francisco chegou nesta quinta-feira para uma visita oficial de três dias a Bangladesh, país de grande maioria muçulmana, procedente do vizinho Mianmar, em uma viagem que estará marcada pela crise de refugiados rohingyas.
O papa chegou ao aeroporto internacional de Daca por volta de 15h (horário local, 7h de Brasília), onde foi recebido com honras pelo presidente de Bangladesh, Abdul Hamid.
Francisco, que permaneceu no aeroporto por cerca de 20 minutos, também presenciou uma apresentação musical, com o balé tradicional de um grupo de meninas.
O papa chega a Daca na segunda visita a Bangladesh de um pontífice desde a independência do país em 1971, depois da de João Paulo II em 1986.
O pontífice fará sua primeira parada em Bangladesh justamente no Memorial dos Mártires em Savar, nos arredores da capital, onde são homenageados os caídos nessa disputa.
Em seguida, Francisco se deslocará ao Museu do Pai da Nação Bangabandhu, nome pelo qual ficou conhecido Sheikh Mujibur Rehman, primeiro presidente de Bangladesh assassinado em um golpe militar em 1975 e pai da atual primeira-ministra, Sheikh Hasina.
No segundo dia, o papa rezará uma missa para cerca de 80.000 fiéis no parque Suhrawardy Udyan, onde também serão ordenados 16 sacerdotes.
Durante o dia, o papa deve reunir-se com a primeira-ministra e conduzir uma cerimônia ecumênica pela paz no Arcebispado de Daca, entre outros atos.
É nesse ato onde se espera que o papa se reúna com um grupo de refugiados rohingyas, parte dos mais de 620.000 membros desta minoria muçulmana foragidos de Mianmar após a explosão de violência do último dia 25 de agosto.
Durante sua viagem a Mianmar, Francisco evitou referir-se explicitamente aos rohingyas, com apelos gerais à reconciliação do país, e a defesa das minorias e dos direitos humanos, para evitar algum tipo de represália contra os católicos.
Em Bangladesh, no entanto, é esse aspecto da viagem o que gera mais expectativa entre a maioria muçulmana, desejosos que o papa se posicione claramente do lado dos rohingyas.