Mundo

Papa Francisco celebra missa privada em disputado Cenáculo

"É um grande dom do Senhor estarmos aqui reunidos, no Cenáculo, para celebrar a Eucaristia", disse o máximo pontífice


	Papa Francisco: Francisco entrou no Cenáculo, uma casa de dois andares, para celebrar o último ato de sua primeira peregrinação aos Santos Lugares
 (Vincenzo Pinto/AFP)

Papa Francisco: Francisco entrou no Cenáculo, uma casa de dois andares, para celebrar o último ato de sua primeira peregrinação aos Santos Lugares (Vincenzo Pinto/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 26 de maio de 2014 às 14h00.

Jerusalém - O papa Francisco celebrou nesta segunda-feira uma simbólica missa com um grupo reduzido de líderes eclesiásticos da Terra Santa no Cenáculo, local no qual onde ocorreu a Última Ceia e objeto de disputa entre o Vaticano e Israel há duas décadas.

Após três intensas jornadas de peregrinação que terminarão hoje, Francisco entrou no citado recinto, uma casa de dois andares situada extramuros na qual a Custória franciscana na Terra Santa teve sua primeira sede, há cerca de 800 anos, para celebrar o último ato de sua primeira peregrinação aos Santos Lugares.

"É um grande dom do Senhor estarmos aqui reunidos, no Cenáculo, para celebrar a Eucaristia", disse o máximo pontífice, para quem o Cenáculo lembra o "oferecimento de tudo em sacrifício espiritual".

"No Cenáculo, Jesus ressuscitado, enviado pelo pai, comunicou seu próprio Espírito aos Apóstolos e com esta força os enviou a renovar a face da terra", acrescentou.

Em uma missa em vários idiomas e na qual participaram unicamente dezenas de pessoas pelo reduzido do espaço, o pontífice lembrou que a sala constitui a base de algumas das mensagens mais importantes "da nova família, nossa santa mãe igreja".

"O Cenáculo nos lembra o serviço, o Lava-pés que Jesus realizou como exemplo para seus discípulos. Lavar os pés uns aos outros significa acolher-se, aceitar-se, amar-se, servir-se mutuamente. Quer dizer servir ao pobre, ao doente, ao excluído", afirmou.

E em um sinal de advertência, o papa destacou que "lembra também a mesquinharia, a curiosidade -"quem é o traidor?"-, a traição. E qualquer um de nós pode encarnar estas atitudes, quando olhamos com suficiência ao irmão, o julgamos; quando traímos Jesus com nossos pecados".

O Cenáculo se encontra no Monte Sião de Jerusalém, em uma localização hoje extramuros, na qual há também um santuário judeu e uma mesquita.

Durante séculos esteve nas mãos da Custódia franciscana da Terra Santa, mas Solimão, o Magnífico, o expropriou no século XVI e com a criação do Estado de Israel em 1948 passou a estar sob sua administração.

Desde 1993, quando Israel e o Vaticano estabeleceram relações diplomáticas, a administração do santuário está no epicentro de negociações, embora as partes não conseguem chegar a um acordo pelas suscetibilidades que desperta.

Nas últimas semanas, informações não confirmadas sobre o fato de que Israel poderia entregar esse santuário ao Vaticano suscitaram uma onda de protestos violentos por parte de nacionalistas judeus, e dois dias antes da chegada do pontífice a Jerusalém, 30 deles foram detidos pela polícia após terem se entrincheirado na parte inferior do imóvel.

Muito frequentado por turistas e peregrinos, as distintas ordens cristãs na Terra Santa só podem celebrar missa no lugar um par de vezes ao ano, na Quinta-Feira Santa e em Pentecostes

O Vaticano pede ampliação da frequência das orações e horários de abertura para poder celebrar ali a eucaristia, com a qual hoje o papa Francisco concluiu nesse lugar sua primeira peregrinação à Terra Santa.

Acompanhe tudo sobre:Igreja CatólicaPapa FranciscoPapasReligião

Mais de Mundo

Itamaraty alerta para a possibilidade de deportação em massa às vésperas da posse de Trump

Invasão de apoiadores de presidente detido por decretar lei marcial deixa tribunal destruído em Seul

Trump terá desafios para cortar gastos mesmo com maioria no Congresso

Milei chama Bolsonaro de amigo e lamenta ausência em evento de posse de Trump