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Papa expressa preocupação com desemprego na Argentina

"Quando pedimos trabalho estamos pedindo poder sentir dignidade; e nesta celebração de São Caetano pedimos essa dignidade que o trabalho nos dá", afirmou o papa


	Papa Francisco: a Argentina sofre uma queda de vários setores da economia
 (Stefano Rellandini / Reuters)

Papa Francisco: a Argentina sofre uma queda de vários setores da economia (Stefano Rellandini / Reuters)

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Da Redação

Publicado em 1 de agosto de 2016 às 14h34.

O Papa Francisco expressou nesta segunda-feira preocupação com o alto nível de desemprego na Argentina, onde será realizada no próximo domingo uma peregrinação ao santuário de São Caetano, patrono do trabalho para a fé católica.

"A São Caetano pedimos pão e trabalho. O pão é mais fácil de conseguir porque sempre há alguma pessoa ou instituição boa que te cerca, pelo menos na Argentina onde nosso povo é tão solidário", disse o papa em uma carta a José Arancedo, presidente da Conferência Episcopal Argentina.

"O trabalho é tão difícil de consegui-lo, sobretudo quando continuamos vivendo momentos nos quais os índices de desemprego são significativamente altos", afirma a mensagem do pontífice.

Anualmente, milhares de pessoas passam pelo altar do santuário localizado no bairro de Liniers, no oeste da capital argentina.

"Quando pedimos trabalho estamos pedindo poder sentir dignidade; e nesta celebração de São Caetano pedimos essa dignidade que o trabalho nos dá; poder levar o pão para casa. Trabalho, esse T (que junto com os outros dois T: Teto e Terra) está no conjunto básico dos Direitos Humanos", argumentou Francisco.

O papa argentino lembrou "comovido" de quando rezava a missa de 7 de agosto na Igreja de São Caetano, em seus anos como arcebispo de Buenos Aires.

"Saudar, escutar, acompanhar a fé desse povo simples... e tantas vezes, diante da angústia de homens e mulheres que querem e procuram trabalho e não encontram", relatou.

A Argentina, terceira economia da América Latina, sofre uma queda de vários setores da economia, como construção (19,6%) e indústria (6,4%) com uma brusca queda do consumo interno em meio a uma inflação de 27% ao longo deste ano.

O governo de centro-direita de Mauricio Macri, no poder desde 10 de dezembro do ano passado, admitiu na última semana que nos primeiros cinco meses deste ano foram perdidos 52.516 postos de trabalho no setor privado.

Sindicatos contabilizam aproximadamente 200.000 demissões nos setores privados e públicos desde que iniciou sua gestão.

O instituto estatístico, que realiza uma revisão de seus cálculos, revelará no dia 23 deste mês o índice de desemprego.

Macri vetou em maio a lei antidemissões aprovada pela oposição com o apoio sindical, que previa a suspensão de demissões por 180 dias e a dupla indenização se a demissão fosse considerada "desnecessária".

Quase a metade dos argentinos que tem emprego teme perdê-lo, segundo uma pesquisa da consultoria privada Analogías divulgada em maio.

O Observatório Social da Universidade Católica revelou que a pobreza atingiu no primeiro trimestre de 2016 1,4 milhão de pessoas, um aumento de 34,5%.

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