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Papa diz que ortodoxos e católicos devem se unir pelos mais pobres

O papa também se referiu "ao ecumenismo do pobre", ao exortar a católicos e ortodoxos a "caminhar e agir juntos"

Papa Francisco (Giuseppe Ciccia/Pacific Press/LightRocket/Getty Images)

Papa Francisco (Giuseppe Ciccia/Pacific Press/LightRocket/Getty Images)

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EFE

Publicado em 5 de maio de 2019 às 09h45.

Sófia - O papa Francisco pediu neste domingo aos ortodoxos que caminhem ao lado dos católicos e demais cristãos para servir os mais pobres, durante seu discurso ao Santo Sínodo, a instituição que governa a Igreja Ortodoxa da Bulgária, em seu primeiro dia de visita ao país do leste europeu.

Francisco se reuniu hoje com o patriarca da Igreja Búlgara, Neófito, em um novo gesto de aproximação e de diálogo para conseguir unidade entre os cristãos.

Em seu discurso, que não foi televisionado, o papa lembrou que "as feridas que, ao longo da história, se abriram entre nós, cristãos, são dolorosos golpes infligidos no Corpo de Cristo, que é a Igreja".

Além disso, o papa reiterou o desejo de que, entre católicos e ortodoxos, seja possível "reencontrar a alegria do perdão e regozijar-nos por aquele dia em que, com a ajuda de Deus, poderemos celebrar o mistério pascal no mesmo altar".

Algo que parece ainda muito distante como deixou claro a Igreja Búlgara ao informar que não participaria de atos religiosos, orações e liturgias conjuntas com o papa.

Os ortodoxos búlgaros não cooperam em nenhum diálogo ecumênico, não fazem parte do diálogo teológico internacional católico-ortodoxo, não são membros do Conselho Mundial de Igrejas e tampouco participaram do Concílio Pan-Ortodoxo de Creta, na Grécia, em junho de 2016.

Em seu discurso, Francisco se concentrou nos assuntos que devem unir as duas confissões e lembrou que foram muitos os cristãos na Bulgária que "sofreram tribulações, em nome de Jesus, especialmente durante a perseguição do século passado", o que chamou de "o ecumenismo de sangue!".

O papa também se referiu "ao ecumenismo do pobre", ao exortar a católicos e ortodoxos a "caminhar e agir juntos para dar testemunho do Senhor, servindo, de modo particular, os irmãos mais pobres e esquecidos".

"Enquanto muitos outros irmãos e irmãs no mundo seguem sofrendo por causa da fé, nos pedem que não fiquemos fechados, mas nos abramos, porque só assim as sementes dão fruto", explicou o pontífice.

O papa argentino lembrou que este encontro "tão desejado" é uma continuação do ocorrido entre João Paulo II e o patriarca Máximo, durante a primeira visita de um pontífice à Bulgária em 2002.

Depois, Francisco visitou a catedral ortodoxa de Alexandre Nevsky para rezar sozinho e em silêncio diante do trono dos Santos Cirilo e Metódio, que também são venerados pelos católicos e estão enterrados em Roma. EFE

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