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Papa diz que Igreja não é empresa ou ONG

Pontífice disse que Igreja não é uma empresa ou uma ONG, mas "uma comunidade de pessoas encorajadas pela ação do Espírito Santo"


	Papa Francisco: Igreja é uma comunidade de pessoas "que viveram e vivem a maravilha do encontro com Jesus Cristo e desejam compartilhar esta experiência de profunda alegria", disse
 (REUTERS/Luca Zennaro)

Papa Francisco: Igreja é uma comunidade de pessoas "que viveram e vivem a maravilha do encontro com Jesus Cristo e desejam compartilhar esta experiência de profunda alegria", disse (REUTERS/Luca Zennaro)

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Da Redação

Publicado em 6 de agosto de 2013 às 14h36.

Roma - O papa Francisco disse nesta terça-feira que a Igreja não é uma organização assistencial, uma empresa ou uma ONG, mas "uma comunidade de pessoas encorajadas pela ação do Espírito Santo, que viveram e vivem a maravilha do encontro com Jesus Cristo e desejam compartilhar esta experiência de profunda alegria".

O Vaticano publicou o discurso do pontífice em vários idiomas em função da Jornada Mundial das Missões 2013, que será realizada no dia 20 de outubro como conclusão do Ano da Fé.

"A fé é um dom precioso de Deus, que abre nossa mente para que possamos conhecê-lo e amá-lo. Ele quer se relacionar conosco para tornar-nos partícipes de sua própria vida e fazer com que a nossa esteja mais cheia de significado, que seja melhor, mais bonita. Deus nos ama", disse o papa, que esteve recentemente no Brasil liderando a Jornada Mundial da Juventude, em sua mensagem.

Cinquenta anos depois do início do Concílio Vaticano II, o Ano da Fé "é um estímulo para que toda a Igreja receba uma consciência renovada de sua presença no mundo contemporâneo, de sua missão entre os povos e as nações", afirmou.

O papa Francisco indicou que o anúncio do Evangelho é parte do ato de ser discípulo de Cristo, um compromisso constante que encoraja toda a vida da Igreja, e citou seu antecessor Bento XVI ao dizer que "o impulso missionário é um sinal claro da maturidade de uma comunidade eclesial".

O pontífice convidou bispos, sacerdotes, conselhos presbiterais e pastorais, cada pessoa e grupo responsável na Igreja, a dar destaque à dimensão missionária nos programas pastorais e formativos.

O papa explicou que hoje em dia a mobilidade generalizada e a facilidade de comunicação através das novas mídias misturaram os povos, o conhecimento e as experiências e reconheceu que às vezes "é difícil", inclusive para comunidades paroquiais, "conhecer de forma segura e profunda quem está de passagem e quem vive permanentemente no território".

Além disso, alertou sobre o alto "número dos que são alheios à fé, indiferentes à dimensão religiosa ou encorajados por outras crenças"em áreas cada vez maiores de regiões tradicionalmente cristãs.


Portanto, em sua opinião, não é raro que alguns batizados escolham estilos de vida que lhes afastam da fé, convertendo-se em necessitados de uma "nova evangelização".

Nesta situação complexa, "onde o horizonte do presente e do futuro parece estar coberto por nuvens ameaçadoras", faz-se ainda mais urgente levar com coragem todas as realidades do Evangelho de Cristo, que é anúncio de esperança, reconciliação e comunhão, afirmou.

O papa disse também que "a natureza missionária da Igreja não é proselitista, mas um testemunho de vida que ilumina o caminho, que traz esperança e amor" e agradeceu especialmente aos missionários, presbíteros, religiosos e fiéis laicos que, acolhendo a chamada do Senhor, deixam sua pátria para servir ao Evangelho em terras e culturas distantes das suas.

Francisco ressaltou que as igrejas jovens trabalham generosamente no envio de missionários às que se encontram em dificuldade, levando o frescor e o entusiasmo com o qual essas pessoas vivem a fé que renova a vida e dá esperança.

O papa fez ainda uma chamada a todos aqueles que sentem uma ligação para que respondam com generosidade à voz do Espírito Santo e que não tenham medo de ser generosos com o Senhor.

Francisco mencionou também os cristãos que, em diversas partes do mundo, se deparam com dificuldades na hora de professar abertamente sua fé e ver reconhecido o direito de vivê-la com dignidade e afirmou que eles são testemunhas valentes que suportam as diversas formas de perseguição atuais com perseverança apostólica.

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