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Papa diz que crimes de abuso sexual nunca devem se repetir

O papa Francisco disse a bispos da Igreja Católica Romana dos EUA que os crimes de abuso sexual de menores por clérigos não devem nunca se repetir


	Papa Francisco
 (REUTERS/Max Rossi)

Papa Francisco (REUTERS/Max Rossi)

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Da Redação

Publicado em 23 de setembro de 2015 às 21h10.

Washington - O papa Francisco disse nesta quarta-feira a bispos da Igreja Católica Romana dos EUA que os crimes de abuso sexual de menores por clérigos não devem nunca se repetir, reconhecendo os danos causados pelos anos seguidos de escândalos na Igreja Católica norte-americana. 

Nas declarações dadas na Catedral de São Mateus, em Washington, no segundo dia desde sua chegada aos EUA, o papa não pronunciou as palavras “abuso sexual”, mas se referiu ao escândalo ao falar sobre “momentos difíceis” e a prestação de auxílio às vítimas.

“Eu sei o quanto a dor dos últimos anos tem pesado sobre vocês, e tenho apoiado seus compromissos generosos para trazer alívio às vítimas... e em trabalhar para garantir que tais crimes nunca serão repetidos”, disse Francisco aos bispos, que aplaudiram.

As feridas decorrentes do escândalo, em que os padres que abusavam de crianças eram removidos de paróquia para paróquia em vez de serem expulsos e denunciados às autoridades judiciais, continuam abertas e drenando as finanças da igreja.

A igreja dos EUA já teve que absorver um forte golpe financeiro ao fechar acordos em dinheiro e arcar com outros custos que somaram cerca de 3 bilhões de dólares, sendo forçada a vender ativos e cortar gastos.

O pontífice prometeu extirpar “o flagelo” do abuso sexual da Igreja Católica Romana, e em junho passado criou uma corte no Vaticano para julgar os clérigos acusados de encobertar ou deixar de prevenir o abuso sexual de menores.

Nesta quarta-feira, David Clohessy, diretor de uma rede de pessoas que foram abusadas por padres, ele mesmo agredido sexualmente por um padre quando criança, disse não ter se impressionado com as palavras do papa.

“É terrivelmente decepcionante. Os bispos tem sido covardes, não corajosos, e ainda são”, disse Clohessy em uma entrevista por telefone. “Quaisquer medidas relutantes e tardias que tenham tomado foram forçadas a eles pelas pessoas mais corajosas desta crise, as vítimas de abusos e suas famílias.”

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