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Papa diz que aborto para evitar deficiências é como eugenia nazista

"As crianças devem ser aceitas como elas vêm, como Deus as envia, mesmo se às vezes estejam doentes", afirmou

Nos programas nazistas de eugenia, centenas de milhares de pessoas foram deixadas estéreis à força (Filippo Monteforte/Reuters)

Nos programas nazistas de eugenia, centenas de milhares de pessoas foram deixadas estéreis à força (Filippo Monteforte/Reuters)

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Reuters

Publicado em 16 de junho de 2018 às 17h43.

CIDADE DO VATICANO - O papa Francisco classificou a prática de aborto após testes pré-natal apontarem possíveis deficiências no nascimento como uma versão da tentativa nazista de criar uma raça pura ao eliminar os mais fracos.

O pontífice fez a comparação em um longo discurso a membros de uma confederação de associações familiares italianas.

"As crianças devem ser aceitas como elas vêm, como Deus as envia, mesmo se às vezes estejam doentes", afirmou.

O papa então falou sobre os testes pré-natal para determinar se o feto tem quaisquer doenças ou má-formações.

"A primeira proposta, nesse caso, é 'Devo me livrar disso?' A matança de crianças para ter uma vida moral tranquila, um inocente é eliminado", disse o pontífice.

"Eu digo isso com dor. No último século o mundo todo foi escandalizado pelo que os nazistas fizeram para buscar a pureza racial. Hoje, estamos fazendo o mesmo, com luvas brancas."

Nos programas nazistas de eugenia, centenas de milhares de pessoas foram deixadas estéreis à força e dezenas de milhares foram mortas em uma tentativa de "limpar" a cadeia de hereditariedade daqueles com deficiências físicas ou cognitivas.

(Por Philip Pullella)

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