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Papa diz na Colômbia que paz sem reconciliação será um fracasso

O Papa voltou a pedir que se "evite a vingança" e disse que a reconciliação se concretiza e consolida "com a contribuição de todos"

Papa Francisco: "O recurso à reconciliação não pode levar à acomodação de situações de injustiça" (Chris Jackson/Getty Images)

Papa Francisco: "O recurso à reconciliação não pode levar à acomodação de situações de injustiça" (Chris Jackson/Getty Images)

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EFE

Publicado em 8 de setembro de 2017 às 15h08.

Villavicencio - O papa Francisco advertiu nesta sexta-feira na missa que celebrou em Villavicencio, uma das cidades mais atingidas pelo conflito armado na Colômbia, que "a paz sem reconciliação será um fracasso".

"A reconciliação se concretiza e consolida com a contribuição de todos, permite construir o futuro e faz crescer a esperança. Todo esforço de paz sem um compromisso sincero de reconciliação será um fracasso", disse o papa durante a homilia.

"Reconciliar-se é abrir uma porta para todos e a cada uma das pessoas que viveram a dramática realidade do conflito", acrescentou Francisco.

Em Villavicencio - capital do departamento (estado) de Meta e uma região profundamente marcada pelo conflito armado -, o papa voltou a pedir que se evite a vingança, como fez desde que começou sua visita à Colômbia na quarta-feira passada.

"Quando as vítimas vencem a compreensível tentação da vingança, se transformam nos protagonistas mais críveis dos processos de construção da paz", explicou Francisco.

O papa, mesmo sem citar os acordos de paz com as FARC, especificou hoje na sua homilia que perdoar "não significa desconhecer ou dissimular as diferenças e os conflitos. Não é legitimar as injustiças pessoais ou estruturais".

"O recurso à reconciliação não pode levar à acomodação de situações de injustiça", advertiu Francisco.

A esse respeito, o papa argentino citou os dois religiosos colombianos que beatificou hoje nesta cerimônia como exemplos de "um povo que quer sair da violência.

"Jesús Emilio Jaramillo Monsalve, Bispo de Arauca, e o sacerdote Pedro María Ramírez Ramos, mártir de Armero, são sinal disso, expressão de um povo que quer sair do pântano da violência e do rancor", disse Francisco.

O papa também falou de um dos lemas de sua jornada, o da reconciliação entre homem e natureza.

A sua homilia concluiu com um pedido a Deus para que ajude a Colômbia que hoje quer se reconciliar e sua descendência para sempre".

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