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Papa defende globalização da caridade e da cooperação

O papa Francisco fez apelo para uma globalização da caridade e da cooperação, contra a globalização do fenômeno migratório


	Papa Francisco: "é necessária uma ação mais eficaz e incisiva"
 (Gabriel Bouys/AFP)

Papa Francisco: "é necessária uma ação mais eficaz e incisiva" (Gabriel Bouys/AFP)

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Da Redação

Publicado em 23 de setembro de 2014 às 12h59.

Cidade do Vaticano - O papa Francisco fez um apelo em favor da "globalização da caridade e da cooperação", contra a "globalização do fenômeno migratório", em uma mensagem divulgada pelo Vaticano.

"À globalização do fenômeno migratório devemos responder com a globalização da caridade e da cooperação, para que se humanizem as condições dos emigrantes", escreveu o papa na mensagem que será lida nas igrejas por ocasião da Jornada Mundial do Emigrante e do Refugiado, celebrado todos os anos em janeiro.

"Ao mesmo tempo é necessário intensificar os esforços para criar as condições adequadas para garantir uma progressiva diminuição das razões que levam povos inteiros a deixar sua pátria por causa de guerras e carestias, que geralmente se concatenam umas às outras", completa a mensagem.

No texto, o pontífice reitera que a Igreja é uma instituição "sem fronteiras, mãe de todos" e que defende "a cultura da acolhida e da solidariedade, segundo a qual ninguém pode ser considerado inútil, fora de lugar ou descartável.

"De fato, em uma época de migrações tão vastas, um grande número de pessoas deixa seus locais de origem e empreende a arriscada viagem da esperança, com a bagagem cheia de desejos e de temores, em busca de condições de vida mais humanas. Não é estranho, no entanto, que estes movimentos migratórios provoquem desconfiança e rejeição, também nas comunidades eclesiais", reconhece o papa argentino, filho de emigrantes italianos.

"Os receios e preconceitos se opõem ao mandamento bíblico de receber com respeito e solidariedade o estrangeiro necessitado", afirma o papa.

No documento curto, Francisco adverte que "não basta a simples tolerância", e sim que é necessária uma nova atitude baseada na "cultura do encontro, a única capaz de construir um mundo mais justo e mais fraterno.

"Os movimentos migratórios assumiram tais dimensões que apenas uma colaboração sistemática e efetiva que envolva os Estados e as organizações internacionais pode regulamentá-los de maneira eficaz", afirma o texto.

"É necessária uma ação mais eficaz e incisiva, que aproveite uma rede universal de colaboração, fundada na proteção da dignidade e centralidade da pessoa humana. Deste modo, será mais efetiva a luta contra o tráfico vergonhoso e criminoso de seres humanos, contra a violação dos direitos fundamentais, contra qualquer forma de violência, humilhação e escravidão", apela o papa.

Desde que foi eleito pontífice, em março de 2013, Francisco já falou em várias oportunidades sobre o fenômeno. Sua primeira viagem dentro da Itália foi para até a ilha de Lampedusa, onde a cada ano chegam milhares de imigrantes ilegais procedentes da África.

Segundo números da ONU divulgados pelo Vaticano, 232 milhões de pessoas vivem fora de seu próprio país, um fenômeno que afeta cada vez mais as crianças.

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