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Papa canoniza quatro religiosas, incluindo duas palestinas

Francisco destacou que uma delas, Mariam Bawardi, foi "um instrumento para o encontro e a comunhão com o mundo muçulmano"


	O papa Francisco: ele destacou que uma das santas, Mariam Bawardi, foi "um instrumento para o encontro e a comunhão com o mundo muçulmano"
 (Alberto Pizzoli/AFP)

O papa Francisco: ele destacou que uma das santas, Mariam Bawardi, foi "um instrumento para o encontro e a comunhão com o mundo muçulmano" (Alberto Pizzoli/AFP)

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Da Redação

Publicado em 17 de maio de 2015 às 11h42.

O papa Francisco declarou santas neste domingo quatro religiosas que viveram no século XIX, duas palestinas, uma francesa e uma italiana, e encorajou a multidão a seguir seu "exemplo luminoso".

Mariam Bawardi (1846-1878), Marie-Alphonsine Ghattas (1843-1927), Jeanne-Emilie de Villeneuve (1811-1854) e Maria Cristina dell'Immacolata (1856-1906) foram canonizadas em uma missa celebrada ao ar livre na praça de São Pedro do Vaticano.

Diante de uma multidão de fiéis e sob o sol, o sumo pontífice exaltou a trajetória das quatro religiosas, "modelos de santidade que a Igreja nos convida a imitar", e cujos retratos decoravam a fachada da Basílica de São Pedro.

"Viver em Deus e seu amor para anunciar com as palavras e com a vida a ressurreição de Jesus, dando testemunho da unidade entre nós e o amor a todos: isso é o que fizeram as quatro santas proclamadas no dia de hoje", disse o Papa argentino.

Em sua homilia, o santo padre comentou a personalidade das quatro mulheres. A missa contou com a presença de personalidades como o presidente palestino, Mahmud Abbas, que se reuniu na véspera com Francisco, e o ministro francês do Interior, Bernard Cazeneuve.

Também esteve presente uma delegação de 2.000 pessoas, principalmente das igrejas locais, e em particular dos territórios palestinos, Israel e Jordânia. Entre as pessoas era possível ver muitas bandeiras palestinas.

As duas religiosas palestinas são as primeiras da era moderna a serem canonizadas. Francisco destacou que uma delas, Mariam Bawardi, foi "um instrumento para o encontro e a comunhão com o mundo muçulmano".

Mariam Bawardi fundou em Belém o primeiro convento carmelita da Palestina, e faleceu em um acidente aos 32 anos depois de servir a famílias pobres em Alexandria, Jerusalém, Beirute e Marselha.

Órfã aos três anos, foi confiada a um tio e viveu no Egito, onde quiseram casá-la ainda muito jovem. Mariam Bawadi negou-se e se refugiou na casa de um parente, que a aconselhou a se converter ao Islã.

Diante de sua negativa, ele a degolou, mas a jovem se salvou milagrosamente pela intercessão da Virgem Maria.

A também palestina Marie-Alphonsine Ghattas se tornou religiosa aos 14 anos e fundou em 1880 a congregação do Santo Rosário de Jerusalém, na época sob ocupação otomana.

Já a irmã Jeanne-Emilie de Villeneuve, que "consagrou sua vida a Deus e aos pobres, aos doentes, aos prisioneiros e aos explorados", nas palavras do Papa, fundou a congregação de Nossa Senhora da Imaculada Conceição de Castres, no sudoeste da França.

Por fim, a napolitana Maria Cristina dell'Immacolata, fundadora em 1903 de uma congregação de Adoradoras, recebeu a "força para suportar o sofrimento" graças à oração, destacou o chefe da Igreja católica.

Em seu encontro privado no sábado com o presidente Abbas, o santo padre classificou o dirigente palestino de "anjo da paz".

Os dois destacaram "a necessidade do diálogo interreligioso", num momento em que a ascensão do jihadismo ameaça toda a região do Oriente Médio.

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