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Papa alerta sobre colonização ideológica que "aliena pessoas"

O pontífice criticou sistemas políticos e sociais que priorizam os "interesses particulares, teorias, abstrações e ideologias" acima do bem-estar do povo

Papa: ele falou durante a beatificação de sete bispos greco-latinos torturados pelos comunistas na Romênia. (Franco Origlia/Getty Images)

Papa: ele falou durante a beatificação de sete bispos greco-latinos torturados pelos comunistas na Romênia. (Franco Origlia/Getty Images)

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EFE

Publicado em 2 de junho de 2019 às 12h46.

Bucareste — O papa Francisco alertou neste domingo (02) que atualmente existe uma colonização ideológica que procura desarraigar e alienar as pessoas como no passado, durante a beatificação de sete bispos greco-latinos torturados pelos comunistas na Romênia.

Em seu último dia no país balcânico, o pontífice visitou a cidade de Blaj, sede da Igreja Greco-Católica, para declarar como beatos estes bispos que, assim como muitos outros, foram perseguidos, confinados e torturados até a morte após a Segunda Guerra Mundial.

"Os novos beatos sofreram e deram suas vidas, opondo-se a um sistema ideológico que rejeitava a liberdade e restringia os direitos fundamentais das pessoas", lembrou o papa após a beatificação, diante de milhares de fiéis que compareceram à cerimônia.

Francisco criticou os sistemas políticos e sociais que dão prioridade aos "interesses particulares, rótulos, teorias, abstrações e ideologias" acima do bem-estar do povo.

Além disso, o pontífice fez uma advertência sobre o presente: "Também hoje reaparecem novas ideologias que, de forma sutil, buscam se impor e desarraigar nossos povos das suas mais ricas tradições culturais e religiosas", disse.

"Colonizações ideológicas que desprestigiam o valor das pessoas, da vida, do casamento e da família e fazem mal com propostas alienantes, tão ateias como no passado, especialmente a nossos jovens, deixando-os desprovidos de raízes para crescer", alertou.

A cerimônia aconteceu no "Campo da Liberdade" de Blaj, onde em 1948 o governo comunista romeno exigiu que os fiéis e o clero greco-latino abandonassem a fé católica e se unissem à Igreja Ortodoxa, o que derivou em anos de perseguição.

Francisco lembrou que a cidade, na Transilvânia, "conhece bem o sofrimento do povo quando o peso da ideologia ou de um regime é mais forte que a vida e se antepõe como norma à própria vida e à fé das pessoas".

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