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Papa adverte que religião não deve justificar a violência

O pontífice pronunciou estas palavras durante um encontro inter-religioso e ecumênico realizado no começo de hoje em Nairóbi


	Papa em Nairóbi: "o nome de Deus não deve ser usado jamais para justificar o ódio e a violência"
 (Goran Tomasevic / Reuters)

Papa em Nairóbi: "o nome de Deus não deve ser usado jamais para justificar o ódio e a violência" (Goran Tomasevic / Reuters)

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Da Redação

Publicado em 26 de novembro de 2015 às 08h29.

Nairóbi - O papa Francisco advertiu nesta quinta-feira que a religião não deve ser utilizada "para justificar o ódio e a violência", e lamentou a radicalização dos jovens em seu nome para "rasgar o tecido social".

O pontífice pronunciou estas palavras durante um encontro inter-religioso e ecumênico realizado no começo de hoje em Nairóbi, primeira escala de sua viagem pela África, onde ressaltou a importância do diálogo em um mundo "ferido por conflitos e religiões".

"As religiões jogam um papel essencial na formação das consciências, mas o nome de Deus não deve ser usado jamais para justificar o ódio e a violência", asseverou Francisco.

A este respeito, lembrou os quatro atentados mais graves no Quênia nos últimos dois anos, cometidos todos pelo grupo jihadista Al Shabab: o ataque ao centro comercial Westgate (com 67 mortos), os dois no povoado de Mandera (com 64 mortos) e o da Universidade de Garissa (com 148 mortos).

"Com muita frequência, se radicaliza os jovens em nome da religião para semear a discórdia e o medo, e para rasgar o tecido de nossas sociedades", lamentou o papa.

Segundo disse Francisco, a relação entre as diferentes religiões "impõe desafios e dúvidas", no entanto, o diálogo ecumênico e inter-religioso "não é um luxo, mas uma coisa fundamental que o mundo precisa cada vez mais".

"Em um mundo cada vez mais interdependente, vemos sempre com maior clareza a necessidade de uma mútua compreensão inter-religiosa, de amizade e colaboração para a defesa da dignidade e o direito dos povos a viver em liberdade e felicidade", argumentou.

Neste sentido, lembrou que este ano se comemora o quinquagésimo aniversário do encerramento do Concílio Vaticano II, no qual a Igreja Católica se comprometeu com o diálogo ecumênico e inter-religioso ao serviço da compreensão e da amizade.

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