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Papa acusa traficantes de armas de responsáveis por atentado

A denúncia do papa foi feita durante a cerimônia da Quinta-feira Santa celebrada em Caltelnuovo di Porto


	Papa Francisco: a denúncia foi feita durante a cerimônia da Quinta-feira Santa celebrada em Caltelnuovo di Porto
 (REUTERS/Tony Gentile)

Papa Francisco: a denúncia foi feita durante a cerimônia da Quinta-feira Santa celebrada em Caltelnuovo di Porto (REUTERS/Tony Gentile)

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Da Redação

Publicado em 24 de março de 2016 às 16h18.

O papa Francisco acusou na missa de Quinta-feira Santa os "traficantes de armas" de estarem por trás dos atentados desta terça-feira em Bruxelas.

A missa foi celebrada no centro para migrantes de Castelnovo di Porto, perto de Roma.

"Por trás desse gesto estão os traficantes de armas, que querem o sangue, não a paz, que querem a guerra, e não a fraternidade", disse o papa referindo-se aos atentados que custaram a vida de 31 pessoas e deixaram 300 feridos.

A denúncia do papa foi feita durante a cerimônia da Quinta-feira Santa celebrada em Caltelnuovo di Porto, pequeno povoado ao norte de Roma, onde fica um centro que aloja mais de 800 refugiados e solicitantes de asilo de 25 países, entre eles numerosos muçulmanos.

Durante a cerimônia, o papa argentino lavou os pés de 12 pessoas, onze deles refugiados de várias nacionalidades que pediram asilo à Itália, em um gesto para sensibilizar a Europa sobre o dramático fluxo sem precedentes de migrantes que fogem das guerras e da fome na África e no Oriente Médio.

"Aqui todos somos irmãos e todos dizemos: 'somos distintos, temos diferentes culturas e religiões, mas somos irmãos e queremos viver em paz'", acrescentou.

Entre os selecionados estava uma mulher eritreia, vestida de branco com um véu e quatro nigerianos negros, muito emocionados. O papa se ajoelhou na frente de cada um deles para lavar seus pés e depois secá-los e beijá-los.

Desde que foi eleito pontífice em 2013, Francisco decidiu sair do Vaticano para lavar os pés de presos, mulheres e pessoas de todas as religiões.

O gesto do pontífice argentino, filho de imigrantes italianos, faz parte dos pedidos feitos já meses aos europeus para que abram suas fronteiras aos refugiados.

Mais de um milhão de imigrantes chegaram à Europa desde janeiro de 2015, provocando a pior crise migratória na Europa desde 1945.

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