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Papa aconselha EUA e Irã a praticarem diálogo e autocontrole

Nesta quarta, o presidente do EUA, Donald Trump, colocou panos quentes após uma escalada na relação entre os países

Papa Francisco: "Particularmente perturbadores são os sinais vindo de toda a região após a intensificação das tensões entre o Irã e os Estados Unidos" (Tony Gentile/Reuters)

Papa Francisco: "Particularmente perturbadores são os sinais vindo de toda a região após a intensificação das tensões entre o Irã e os Estados Unidos" (Tony Gentile/Reuters)

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Reuters

Publicado em 9 de janeiro de 2020 às 10h35.

Última atualização em 9 de janeiro de 2020 às 10h40.

Cidade do Vaticano — O papa Francisco exortou os Estados Unidos e o Irã, nesta quinta-feira, a evitarem uma escalada e praticarem "diálogo e autocontrole" para impedir um conflito maior no Oriente Médio.

O papa fez o apelo, seu primeiro comentário direto sobre a crise atual no Oriente Médio, em um discurso anual que se tornou conhecido como sua fala sobre o"Estado do Mundo" a embaixadores credenciados no Vaticano.

Falando durante quase 50 minutos em meio aos afrescos da Sala Regia do Vaticano, o líder católico, de 83 anos, fez um resumo essencialmente sombrio de 2019, citando guerras, o aquecimento global, a xenofobia contra imigrantes e o perigo das armas nucleares.

"Particularmente perturbadores são os sinais vindo de toda a região após a intensificação das tensões entre o Irã e os Estados Unidos", disse Francisco aos diplomatas de mais de 180 Estados.

Ele disse que as tensões podem "comprometer o processo gradual de reconstrução do Iraque, além de estabelecer o fundamento de um conflito mais vasto que todos nós gostaríamos de evitar".

"Eu, portanto, renovo meu apelo para que todas as partes interessadas evitem uma escalada do conflito e mantenham viva a chama do diálogo e do autocontrole, em pleno respeito à lei internacional".

O presidente dos EUA, Donald Trump, insinuou que o Irã está "recuando" depois de lançar mísseis contra forças norte-americanas no Iraque na quarta-feira, uma retaliação ao ataque de 3 de janeiro dos EUA que matou o comandante iraniano Qassem Soleimani.

"Nossa família humana está maculada e ferida por uma sucessão de guerras cada vez mais destrutivas que afetam especialmente os pobres e aqueles mais vulneráveis", disse Francisco.

"Infelizmente, o Ano Novo não parece marcado por sinais encorajadores, e sim por tensões intensificadas e atos de violência".

As tensões recentes podem impossibilitar uma visita do papa ao Iraque, que ele disse que gostaria de fazer neste ano.

Guerras e conflitos provocaram um êxodo de cristãos do Iraque e de alguns outros países do Oriente Médio.

A pequena população de várias centenas de milhares de cristãos iraquianos sofreu particularmente quando o Estado Islâmico controlou grandes partes do país, mas reconquistou liberdades desde que os jihadistas foram expulsos.

Falando da mudança climática, o papa disse ser triste que a urgência para combatê-la "pareça não ter sido captada pelos políticos internacionais".

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