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Papa aceita renúncia do prefeito da Secretaria de Comunicação

Responsável pela reforma dos meios de comunicação do Vaticano, Viganò renunciou após ser acusado de manipular uma carta de Bento XVI sobre o Papa Francisco

O papa agradeceu o grande empenho de Viganò na reforma que ele realiza desde 2014 (Stringer/Reuters)

O papa agradeceu o grande empenho de Viganò na reforma que ele realiza desde 2014 (Stringer/Reuters)

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EFE

Publicado em 21 de março de 2018 às 11h50.

Cidade do Vaticano - O papa Francisco aceitou a renúncia do prefeito regional da Secretaria de Comunicação, Dario Edoardo Viganò, depois das polêmicas sobre o seu trabalho, informou o porta-voz do Vaticano, Greg Burke.

Viganò foi escolhido para coordenar a nova Secretária de Comunicação do Vaticano, uma das grandes reformas que o papa implementou para unir todos os veículos de comunicação que a Santa Sé tem. Segundo a nota do porta-voz, o secretário da organização, Lucio Adrián Ruiz, se encarregará das funções até a nomeação do novo prefeito regional.

Diante do peso dessa notícia, o Vaticano publicou a carta de Francisco aceitando, embora com pesar, o pedido de saída de Viganò. Nela, o pontífice pede que ele seja assessor "para dar a sua contribuição humana e profissional ao novo prefeito regional". No texto, Francisco também agradece o "grande empenho" ao longo dos anos, a "disponibilidade" e o fato de ter evidenciado que "a reforma da Igreja não é um problema".

A carta de Viganò ao papa também publicada. Ele admite que "nestes últimos dias aconteceram muitas polêmicas" sobre o seu serviço, que desestabilizam "o complexo e grande trabalho de reforma" ele realizava desde junho de 2014. Ele afirma que diante da possibilidade de isso "atrasar ou prejudicar" a reforma e por "amor" à Igreja e ao papa ele ficará como colaborador.

A demissão acontece depois da polêmica causada na semana passada por conta da publicação parcial de uma carta do papa emérito, Bento XVI, sobre a formação teológica de Francisco. A secretaria de Comunicação só publicou alguns parágrafos, acompanhados de uma foto que mostrava a primeira página da epístola - com a última parte desfocada -, enquanto a segunda estava coberta por livros.

Isto fez setores conservadores e parte da imprensa acusarem a Secretária de Comunicação de manipulação, censura e falta de ética. No sábado, o organismo decidiu publicar a carta inteira de Bento XVI e, em um dos trechos, ele dizia que não quis participar dos 11 volumes da "Teologia do Papa Francisco" porque naquele momento tinha outros compromissos e não teria forças físicas.

No texto, datado de 7 de fevereiro, Joseph Ratzinger também se dizia surpreso com a inclusão do teólogo e escritor alemão Peter Hunermann nos livros, que tem "liderado iniciativas antipapais". A Secretária de Comunicação disse que as omissões não aconteceram por censura, mas por discrição.

Dario Edoardo Viganò tem uma longa carreira no Vaticano e é responsável, entre outros, por criar o Centro Editorial Multimídia do Vaticano, que reúne diversos meios de comunicação da Santa Sé.

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