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Papa aceita renúncia de bispo dos EUA acusado de encobrir abusos sexuais

Há anos sob pressão para renunciar, Richard J. Malone se afasta do cargo dois anos antes de aposentadoria dos bispos

Vaticano: 85% dos católicos praticantes ou não-praticantes na região acreditavam que o bispo deveria renunciar (Gregory A. Shemitz/Reuters)

Vaticano: 85% dos católicos praticantes ou não-praticantes na região acreditavam que o bispo deveria renunciar (Gregory A. Shemitz/Reuters)

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Reuters

Publicado em 4 de dezembro de 2019 às 11h54.

Última atualização em 4 de dezembro de 2019 às 11h55.

Cidade do Vaticano — O papa Francisco aceitou a renúncia do bispo Richard J. Malone, da cidade de Buffalo, em Nova York, que tem estado no centro de uma crise sobre abuso sexual na diocese, informou o Vaticano nesta quarta-feira.

O Vaticano disse que o papa apontou o bispo de Albany, Edward B. Scharfenberger, para administrar a diocese de Buffalo até que um novo sacerdote seja escolhido.

Há anos sob pressão para renunciar, Malone, de 73 anos, se afasta do cargo dois anos antes do tempo padrão de aposentadoria dos bispos.

Malone, que se encontrou com o papa no mês passado, foi acusado de encobrir ou manipular casos de abuso de dezenas de menores por padres em sua diocese.

Ele negou as acusações e dizia até recentemente que não deixaria o cargo antes do tempo.

Em um comunicado divulgado nesta quarta-feira, Malone reconheceu "enorme turbulência" em sua diocese.

"Alguns atribuíram isso às minhas próprias deficiências, mas a turbulência também reflete o auge de falhas sistêmicas ao longo de muitos anos em relação ao tratamento mundial sobre abuso sexual de menores por membros do clero", afirmou o comunicado.

O bispo de Buffalo diz ter cometido erros ao não conduzir o que descreveu como questões pessoais mais rapidamente e afirmou que a antecipação de sua aposentadoria era voluntária, mas continuaria a viver na cidade.

Em setembro, uma pesquisa realizada pelo jornal local Buffalo News apontou que cerca de 85% dos católicos praticantes ou não-praticantes na região acreditavam que o bispo deveria renunciar.

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