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Panamá retoma negociações para encerrar onda de protestos por preço do combustível

País enfrenta uma das maiores crises sociais desde a queda da ditadura do general Manuel Antonio Noriega, em 1989

Manifestante leva bandeira do Panamá durante bloqueio na via Pan-americana, em Aguadulce, Panamá, em 15 de julho de 2022, durante dia de protestos contra a inflação e a corrupção (AFP/AFP)

Manifestante leva bandeira do Panamá durante bloqueio na via Pan-americana, em Aguadulce, Panamá, em 15 de julho de 2022, durante dia de protestos contra a inflação e a corrupção (AFP/AFP)

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AFP

Publicado em 16 de julho de 2022 às 19h42.

Última atualização em 16 de julho de 2022 às 19h49.

O governo do Panamá e as organizações populares que promovem os protestos no país em repúdio ao aumento nos preços dos combustíveis e à corrupção retomaram neste sábado (16) as negociações em meio a novas interrupções rodoviárias.

Uma delegação do governo e representantes dos manifestantes reiniciaram as negociações em uma escola de Santiago de Veraguas, 250 km a sudoeste da Cidade do Panamá.

"Precisamos todos juntos chegar a acordos e progredir", destacou a jornalistas o defensor do povo Eduardo Leblanc, presente nas negociações.

As duas partes voltam a se reunir após horas de diálogos na véspera, quando, segundo alguns veículos de imprensa, teria havido uma aproximação para uma redução nos preços da gasolina.

Segundo Leblanc, a distância para acordar um novo preço do combustível "é muito curta".

Com 4,2 milhões de habitantes, o Panamá vive uma das maiores crises sociais desde 1989, quando caiu a ditadura militar do general Manuel Antonio Noriega, após a invasão americana.

Há duas semanas, o país registra múltiplas manifestações com interrupções rodoviárias para exigir que o governo de Laurentino Cortizo intervenha e baixe os preços dos combustíveis, alimentos e remédios. Também exigem que tome medidas contra a corrupção e o desperdício de recursos do Estado.

Devido aos protestos, o governo foi obrigado a reduzir e congelar o preço da gasolina, que passou de 5,17 dólares o galão (3,78 litros) a US$ 3,95 a partir da sexta-feira, e de uma dezena de alimentos.

No entanto, os manifestantes consideram estas medidas insuficientes.

O descontentamento ocorre em um cenário de 4,2% de inflação interanual registrado em maio, uma taxa de desemprego em torno de 10% e um aumento dos preços dos combustíveis de 47% desde o começo do ano.

Neste sábado, a via Pan-americana, estrada que liga o Panamá à Costa Rica, e principal rota para o trânsito e o comércio de mercadorias, voltou a registrar bloqueios em vários trechos.

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