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Panamá publicará relatório sobre seu sistema financeiro

Um comitê de especialistas foi criado em abril "para responder de forma responsável aos questionamentos feitos em nível internacional sobre o país"

Panama Papers: "É evidente o interesse tanto do governo como do povo panamenho de manter a competitividade e o crescimento de nossa plataforma de serviços" (Wolfgang Rattay/Reuters)

Panama Papers: "É evidente o interesse tanto do governo como do povo panamenho de manter a competitividade e o crescimento de nossa plataforma de serviços" (Wolfgang Rattay/Reuters)

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EFE

Publicado em 18 de novembro de 2016 às 21h32.

Panamá - O governo panamenho recebeu nesta sexta-feira e publicará na próxima segunda-feira de maneira "integral" o relatório com recomendações para fortalecer o sistema financeiro do país elaborado por um comitê de especialistas criado após o escândalo dos Panama Papers.

"O relatório recebido será lido por mim, minha equipe de governo e meus assessores. Na próxima segunda-feira, pela manhã, este relatório será publicado de maneira integral", informou o presidente panamenho, Juan Carlos Varela, durante o ato de entrega do documento.

O comitê de especialistas, explicou Varela, foi criado em abril "para responder de forma responsável aos questionamentos que eram feitos em nível internacional sobre o país" após o escândalo das empresas offshore.

O grupo foi formado com o objetivo de revisar as práticas da plataforma financeira do país, um dos principais pilares da economia panamenha, e elaborar um documento com recomendações para blindar o centro bancário de atividades ilícitas.

"É evidente o interesse tanto do governo como do povo panamenho de manter a competitividade e o crescimento de nossa plataforma de serviços", afirmou o líder após enumerar as sete leis iniciadas pelo governo para reforçar a plataforma financeira do país.

O prêmio nobel de Economia Joseph Stiglitz foi escolhido para presidir o comitê, mas decidiu abandonar o posto em agosto, junto ao especialista suíço Mark Pieth, e acusou o governo de ser pouco transparente e de não querer publicar integralmente os relatórios do comitê.

"Tivemos uma total independência em nossos critérios e em nossas ações, e assim está refletido no documento que esperamos que sirva como base de discussão", indicou o agora presidente do grupo, o ex-administrador do canal do Panamá, Alberto Aleman Zubieta.

Após a saída de Stiglitz e Pieth, o comitê continuou a funcionar com um economista internacional, o costa-riquenho e doutor em Economia da Universidade de Harvard (EUA) Roberto Artavia, e quatro especialistas panamenhos, entre os quais se destacam Zubieta e o ex-presidente Nicolás Ardito Barletta (1984-1985).

O vazamento dos Panama Papers, 11,5 milhões de documentos do escritório Mossack Fonseca, revelaram que celebridades de todo o mundo contrataram os serviços da empresa panamenha para criar offshores em diferentes paraísos fiscais.

Em meio à onda de críticas ao Panamá, a primeira consequência do escândalo foi a decisão da França de voltar a incluir o país em sua lista de paraísos fiscais.

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