Mundo

Palocci espera 'atestado' da PGR para se explicar

Ministro combinou com a presidente Dilma Rousseff que só vai romper o silêncio depois do parecer de Roberto Gurgel, procurador-geral da República

Nas conversas reservadas, Palocci tem insistido no argumento de que cumpriu um período de quarentena de quatro meses quando deixou o Ministério da Fazenda, em 2006 (Antonio Cruz/ABr)

Nas conversas reservadas, Palocci tem insistido no argumento de que cumpriu um período de quarentena de quatro meses quando deixou o Ministério da Fazenda, em 2006 (Antonio Cruz/ABr)

DR

Da Redação

Publicado em 31 de maio de 2011 às 11h29.

São Paulo - Na expectativa de receber ainda nesta semana um atestado de "nada consta" por parte do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, o ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, já prepara uma estratégia de comunicação para explicar as denúncias que pesam contra ele. A ideia é dar uma entrevista para um canal de TV de grande audiência, em horário nobre, logo após a manifestação de Gurgel.

Palocci combinou com a presidente Dilma Rousseff que só vai romper o silêncio depois do parecer de Gurgel, previsto para quinta-feira, a fim de não melindrar o chefe do Ministério Público. Se tudo correr como o script traçado pelo Palácio do Planalto, sem a abertura de investigações, o ministro-chefe da Casa Civil pretende circunscrever a crise e as acusações de enriquecimento ilícito a mais um capítulo do que o governo chama de "conflito político".

Recluso em seu gabinete do quarto andar do Palácio do Planalto, fumando muito, Palocci já analisa com advogados e amigos as linhas gerais de suas explicações públicas. Há quem defenda, no governo, a ideia de que o ministro também faça um pronunciamento. Até agora, no entanto, o mais provável é que dê uma entrevista a uma emissora de televisão.

Mesmo sem revelar o faturamento da empresa de consultoria que manteve quando era deputado nem os seus clientes, a intenção de Palocci é bater na tecla de que não feriu a ética pública, ainda que esse discurso soe apenas como frase de efeito.

Nas conversas reservadas, o ministro tem insistido no argumento de que cumpriu um período de quarentena de quatro meses quando deixou o Ministério da Fazenda, em 2006. Sob cerco político e intenso bombardeio, ele pretende exibir tranquilidade para destacar, durante a entrevista, que deu palestras remuneradas e fez análises econômicas somente após essa quarentena. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Acompanhe tudo sobre:Dilma RousseffPersonalidadesPolíticosPolíticos brasileirosPT – Partido dos TrabalhadoresPolítica no BrasilGoverno DilmaEscândalosFraudesJustiçaMinistério da Casa CivilAntonio Palocci

Mais de Mundo

Lula critica 'manobras retóricas' em ações militares na América Latina

Rebelião em presídio no Equador deixa 31 mortos e dezenas de feridos

Shutdown: Senado dos EUA consegue maioria para acabar com paralisação

Presidente da Bolívia empossa gabinete sem participação de indígenas