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Palestinos votam em eleições municipais na Cisjordânia

A participação foi de 50%, ou seja 393.572 eleitores, repartidos entre os 145 colégios eleitorais instalados nas escolas do território

Assentamentos israelenses na Cisjordânia ocupada (Ammar Awad/Reuters)

Assentamentos israelenses na Cisjordânia ocupada (Ammar Awad/Reuters)

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AFP

Publicado em 13 de maio de 2017 às 16h56.

Um em cada dois palestinos compareceram neste sábado às urnas para escolher seus representantes municipais na Cisjordânia, e não na Faixa de Gaza, governada pelo Hamas, sinal de suas divisões políticas.

O movimento Fatah do presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas, e os candidatos sem partido próximos a ele devem sem surpresa obter o maior número de assentos, como foi o caso nas últimas municipais de 2012, boicotadas pelo movimento islamita Hamas.

A participação foi de 50%, ou seja 393.572 eleitores, repartidos entre os 145 colégios eleitorais instalados nas escolas do território, informou o presidente da Comissão Eleitoral, Hanna Nassir.

O partido islamita não apresentou lista com seu nome e convocou sem entusiasmo a votar, depois de ter denunciado eleições que "reforçam a divisão".

Os resultados definitivos deverão ser divulgados no domingo, acrescentou a mesma fonte.

Estas eleições estão marcadas novamente pela divisão entre a Cisjordânia - dirigida pela Autoridade Palestina de Mahmud Abbas - e a Faixa de Gaza - nas mãos do Hamas há 10 anos - separadas geograficamente pelo território israelense.

Após um longo processo judicial, o alto tribunal de justiça palestino rejeitou a votação na Faixa de Gaza.

A exclusão do enclave das eleições, onde vivem dois milhões de pessoas, é um fracasso nos esforços de reconciliação entre os palestinos.

Neste sábado, o primeiro-ministro Rami Hamdala acusou o Hamas de ser o único responsável por isso, já que proibiu as eleições em Gaza, onde mantém um governo rival que ratifica, assim, a separação.

Igualmente, estas eleições ocorreram em um contexto de violência latente, após a morte de um palestino na sexta-feira durante confrontos na Cisjordânia.

"Já era hora"

"É importante que cada um dê sua voz", mas os responsáveis eleitos "terão que assumir sua responsabilidade", explica Rami Nazal, funcionário da agência da ONU para os refugiados palestinos (UNRWA).

Nazal votou em uma escola do bairro de Ain Mesbah, em uma das numerosas colinas de Ramallah.

"Já era hora de podermos decidir em nossa cidade e em nosso país", disse à AFP Dona Kafri, que votou no bairro de Al Tireh, em Ramallah, onde se localiza a sede da Autoridade Palestina, liderada por Mahmud Abbas.

As últimas eleições presidenciais foram realizadas em 2005. O mandato do presidente Abbas, que terminou em 2009, segue em curso por falta de acordo com o movimento islamita Hamas para organizar uma eleição presidencial.

O último Parlamento foi eleito em 2006, uma eleição na qual o Hamas se impôs. Mas a Autoridade Palestina o privou de sua vitória, e o movimento islamita se lançou em uma quase guerra civil com o Fatah que levou à divisão atual.

Desde 2007 o Hamas controla a Faixa de Gaza.

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