Manifestante carrega bandeira da Palestina (Abbas Momani/AFP)
Da Redação
Publicado em 27 de abril de 2011 às 15h09.
Jerusalém - A Autoridade Nacional Palestina (ANP) convocará eleições dentro de um ano, no marco do entendimento alcançado nesta quarta-feira no Cairo entre as facções palestinas rivais Fatah e Hamas, detalhou à Agência Efe Dimitri Diliani, membro do Conselho Revolucionário do Fatah.
Diliani revelou que o pleito será preparado por um executivo de unidade de "tecnocratas" que "se formará tão breve haja acordo sobre os nomes" que o integrem.
O "entendimento" alcançado nesta quarta-feira no Egito inclui todos os assuntos nos quais discordavam os dois principais grupos palestinos, segundo um responsável egípcio de alto escalão citado pela agência egípcia "Mena".
O acordo ocorreu durante as conversas realizadas nesta quarta no Cairo entre uma delegação do grupo nacionalista Fatah, presidida por Azzam al-Ahmad, e outra da organização islamita Hamas, liderada por Moussa Abu Marzouk.
Em conversa por telefone a partir do Cairo, Ahmad destacou à Efe que o entendimento foi alcançado "sem que Egito pressionasse nenhuma das partes".
O negociador referia-se às pressões que o anterior Governo egípcio, sob o comando do presidente Hosni Mubarak, exerceu sobre o movimento islamita Hamas para que aceitasse um acordo sob sua mediação.
Segundo Ahmed, as partes se comprometeram "a fazer todos os esforços no futuro" para levar a bom termo o memorando.
"É um bom passo na direção correta", precisou o negociador da Organização para a Libertação da Palestina (OLP) e membro do comitê executivo do Fatah, Saeb Erekat, citado por um de seus colaboradores.
O colaborador de Erekat destacou que "houve uma aproximação importante, não esperada nesse momento, "encorajada pelo novo Governo no Egito". Ele ressaltou, no entanto, que "o que foi conquistado não é um acordo de reconciliação, mas minutas que servirão os termos de referência para uma negociação".
Já o porta-voz do Hamas em Gaza, Fawzi Barhum, não quis comentar os termos do acordo "por falta de informação" e exortou esperar pela entrevista coletiva que ocorrerá às 20h no horário local do Cairo (14h de Brasília).