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Palestinos são convocados a defender mesquita de Al-Aqsa

Na mesquita de Al-Aqsa, as orações foram acompanhadas por um forte esquema de segurança da Polícia israelense

Forças de segurança israelenses observam as orações de palestinos na Cidade Velha de Jerusalém Oriental (Ahmad Gharabli/AFP)

Forças de segurança israelenses observam as orações de palestinos na Cidade Velha de Jerusalém Oriental (Ahmad Gharabli/AFP)

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Da Redação

Publicado em 31 de outubro de 2014 às 14h48.

Jerusalém - Dezenas de milhares de palestinos se reuniram na Cisjordânia, em Gaza e na Cidade Velha de Jerusalém para ouvir os apelos de líderes religiosos nesta sexta-feira de orações pela defesa da mesquita de Al-Aqsa contra os israelenses.

Na mesquita de Al-Aqsa, as orações foram acompanhadas por um forte esquema de segurança da Polícia israelense. Mas o clima era de tranquilidade na Esplanada das Mesquitas, reaberta durante a manhã depois de ter sido completamente fechada na quinta-feira por Israel, pela primeira vez em anos.

A alguns quilômetros de lá, em Qalandiya, as orações foram seguidas de confrontos entre cerca de 300 palestinos e policiais israelenses no posto de controle da estrada de Ramallah, que liga Jerusalém à Cisjordânia ocupada, informaram as forças de segurança palestinas. Cerca de dez palestinos ficaram feridos, sendo um a tiros, indicaram os serviços de emergência locais.

Também houve enfrentamentos no bairro de Wadi Joz, em Jerusalém, informou a Polícia israelense.

Os palestinos foram convocados em todas as partes para que aproveitassem as orações para protestar contra as ações israelenses na Esplanada das Mesquitas, onde fica a mesquita de Al-Aqsa.

'Um dia negro'

A Esplanada localizada na Cidade Velha é o terceiro lugar sagrado do Islã. Também venerado pelos judeus, o local está no centro das tensões em Jerusalém Oriental, parte palestina anexada por Israel.

Em meio a temores de novos confrontos na Esplanada, as autoridades israelenses, que controlam seu acesso, fecharam totalmente a localidade na quinta-feira.

Foi "um dia negro, uma catástrofe", declarou o xeque Azzam al-Khatib em sua prece na Al-Aqsa.

Apenas alguns milhares de fiéis puderam participar das orações, enquanto nos arredores da Esplanada foi imposto um toque de recolher.

Centenas de policias estavam posicionados em todas as ruas estreitas da cidadela, habitualmente muito movimentada, mas deserta nesta sexta.

Policiais, alguns fortemente armados, seguiam ordens de não deixar passar homens com menos de 50 anos.

Desta forma, 9.000 fiéis rezaram nas ruas ao redor da Cidade Velha, segundo a polícia israelense. A chuva intensa que caía na região pode ter esfriado os ânimos em Jerusalém Oriental e nas demais localidades.

'A batalha de Al-Aqsa'

Em Ramallah, ao lado do presidente palestino, Mahmud Abbas, o imã repetiu as palavras pronunciadas no dia anterior e chamou o fechamento da Esplanada das Mesquitas de uma "declaração de guerra aos palestinos e a todos os muçulmanos do mundo". Ele lançou um apelo para que todos defendam Al-Aqsa.

O partido Fatah, do presidente Abbas, convocou um "dia de fúria" contra essa medida. "Israel declarou guerra à Jerusalém e a Al-Aqsa", eram as manchetes na imprensa palestina.

Na Faixa de Gaza, milhares de pessoas participaram de duas manifestações convocadas pelo Hamas e a Jihad Islâmica, constatou uma jornalista da AFP.

"Habitantes de Jerusalém, atenção! Estamos atrás de vocês para lutar a batalha de Al-Aqsa", disse à multidão Fathi Hamad, um líder do Hamas, depois das orações.

Segundo a fundação que administra a Esplanada, a decisão de fechar o terceiro lugar sagrado do Islã, não tinha precedentes desde 1967 e a ocupação israelense.

O estatuto da Esplanada das Mesquitas é motivo de tensão permanente. Os muçulmanos temem que o governo israelense autorize os judeus a rezar no local, o que não é permitido até o momento. Eles suspeitam que essa permissão seja o primeiro passo para destruir as mesquitas, com o objetivo de construir o terceiro templo judaico.

O governo israelense tem repetido nos últimos dias que não tem intenção de mudar o status quo na Esplanada.

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